Aumento no número de casos de trabalho infantil preocupa, aponta IBGE
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil no Brasil aumentou nos últimos três anos. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), cerca de 1,9 milhão de jovens entre 5 e 17 anos estavam trabalhando em 2022.
Esse aumento é alarmante, uma vez que em 2019 a taxa de trabalho infantil nessa faixa etária era de 4,5%, e em 2022 esse número subiu para 4,9%. Além disso, entre 2019 e 2022, houve uma redução de 1,4% na população brasileira com idades entre 5 e 17 anos, enquanto o número de jovens trabalhando aumentou em 7%.
O trabalho infantil é um problema grave, com sérias consequências para o desenvolvimento das crianças. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o trabalho infantil pode causar danos à saúde e ao desenvolvimento físico, mental, social e moral dos jovens, além de interferir na sua educação.
A pesquisa do IBGE também analisou o trabalho e a renda dos jovens em situação de trabalho infantil. Em 2022, havia 2,1 milhões de crianças e adolescentes trabalhando no país. No entanto, quando considerado o conceito de trabalho infantil da OIT, esse número cai para quase 1,9 milhão.
Dentre os jovens em situação de trabalho infantil, a maioria tem entre 16 e 17 anos, totalizando 998 mil jovens em 2022. Por outro lado, havia 449 mil crianças de 5 a 13 anos em situação de trabalho infantil, e 444 mil adolescentes de 14 e 15 anos também trabalhavam no ano passado.
As atividades mais comuns realizadas pelos jovens em situação de trabalho infantil incluem a agricultura, que empregava 22,8% dessa população, seguida pelo setor de comércio e reparação, com 27,9%. Além disso, 6,7% trabalhavam em serviços domésticos e 42,6% estavam envolvidos em outras atividades econômicas.
Em relação à renda média desses jovens trabalhadores em atividades econômicas no ano passado, era de R$ 716,00, pouco mais da metade do salário mínimo vigente em 2022 (R$ 1.212,00). Essa renda precária reflete a exploração e desvalorização do trabalho infantil.
Outro dado alarmante revelado pela pesquisa do IBGE é que 2,9% dos brasileiros entre 5 e 17 anos não estão estudando. Entre aqueles que trabalharam no ano passado, esse percentual aumentou para 12,1%. Isso mostra como o trabalho infantil pode levar à evasão escolar e prejudicar o acesso à educação.
Além disso, a pesquisa também revelou desigualdades de gênero e raça nesse contexto. A maioria das crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil são meninos, representando 65,1% do total. Além disso, os dados mostram que há uma disparidade racial significativa: os brancos representam apenas 33% do total de menores nessa situação, enquanto pretos e pardos correspondem a 66,3%.
Os ganhos médios das meninas em trabalho infantil correspondem a 84,4% dos ganhos dos meninos. Além disso, os jovens pretos ou pardos têm rendimentos inferiores aos jovens brancos. Essas desigualdades de gênero e raça mostram como o trabalho infantil também reflete outras formas de exclusão e discriminação na sociedade.
É fundamental que esses dados sejam levados a sério e que medidas efetivas sejam adotadas para combater o trabalho infantil no Brasil. É preciso garantir a proteção dos direitos das crianças e adolescentes, promover a educação e oferecer oportunidades dignas de desenvolvimento para a nova geração. O trabalho infantil não pode ser tolerado, pois compromete o futuro das nossas crianças e jovens.
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