Tarcísio de Freitas, a direita restrita”

“Tarcísio de Freitas, a direita acorrentada”

“Tarcísio de Freitas, a direita acorrentada”

Tarcísio de Freitas (Republicanos) começou a sua ascendente trajetória política no alto escalão de Brasília, como ministro da Infraestrutura, pelas mãos do presidente Jair Bolsonaro. Em seguida, elegeu-se governador de São Paulo, mesmo sendo natural do Rio de Janeiro e tendo construído sua carreira política em Brasília, sem nunca ter morado no estado mais populoso e rico do país. Esse é o panorama apresentado pela análise da revista Crusoé sobre o primeiro ano de governo de Tarcísio em São Paulo.

O saldo do primeiro ano de Tarcísio como governador é considerado positivo. Com uma base política sólida no Legislativo estadual, ele conseguiu reunir apoio para a sua principal e mais ousada proposta: a venda do controle acionário da Sabesp, a companhia de abastecimento e saneamento básico do estado. A aprovação dessa medida foi marcada por paralisações promovidas por sindicatos contrários ao projeto, mas que foram em vão.

Apesar disso, a aprovação de Tarcísio é maior no interior do estado, onde sua fama de “gestor de Bolsonaro” ainda lhe rende frutos. Porém, a sombra do ex-presidente também é projetada sobre ele, impedindo que o governador decole sozinho. Qualquer posicionamento fora do escopo bolsonarista é visto pelos apoiadores como uma traição, mesmo que Tarcísio se mostre um ótimo gestor. Essa situação coloca o governador em uma posição delicada, tendo que equilibrar suas ações para não desagradar nenhum lado.

Uma das questões que têm gerado polêmica é o relacionamento de Tarcísio com o ex-presidente Lula. Ambos estiveram juntos em algumas ocasiões ao longo de 2023, mostrando certo grau de sintonia. Esses encontros têm incomodado Bolsonaro, que não engole bem essa relação. Em novembro, o ex-presidente afirmou: “Ele é um baita de um gestor. Politicamente, dá suas escorregadas. Eu jamais faria certas coisas que ele fez com a esquerda, mas um governador depende do governo federal”.

Além disso, Tarcísio também precisa tomar cuidado com a base mais ideológica na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), onde o governador deve pisar em ovos para não irritar os deputados. Um exemplo disso foi a regulamentação de remédios com canabidiol. No Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, o PL, partido do ex-presidente, divide espaço e poder com o PSD, partido liderado por Gilberto Kassab, que é considerado um dos nomes mais influentes no governo de Tarcísio.

Em relação ao futuro político de Tarcísio de Freitas, há quem especule que ele possa se candidatar à presidência da República. No entanto, essa possibilidade ainda é incerta e está condicionada a diversos fatores. Por enquanto, o governador segue focado em sua gestão em São Paulo e enfrentando os desafios e obstáculos que aparecem em seu caminho político.

Com uma base política sólida e um perfil técnico de gestor, Tarcísio de Freitas tem conduzido o governo de São Paulo de forma eficiente, conquistando apoio tanto dentro do estado como em nível nacional. No entanto, o desafio de conciliar interesses e alinhar-se politicamente tem se mostrado um grande obstáculo para consolidar sua imagem como líder independente. Resta acompanhar como Tarcísio irá lidar com essas questões e se conseguirá romper as correntes que o mantêm preso à direita bolsonarista.

Como podemos verificar, Tarcísio de Freitas tem se destacado como um político habilidoso, mas sua trajetória está atrelada aos acontecimentos de Brasília. A análise do primeiro ano de governo mostra que, apesar dos obstáculos, o governador tem conseguido conduzir São Paulo de forma eficiente. Resta saber como ele irá navegar no cenário político e se conseguirá se libertar das amarras que o prendem à direita bolsonarista. Somente o tempo dirá qual será o futuro político de Tarcísio de Freitas.

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Bruno Rodrigo Souza

Bruno é Fundador e Editor no Guia Região dos Lagos

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