Surfe: esporte de pregos?

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Surfe: esporte de prego?

O surfe é um esporte que está cada vez mais popular, mas será que estamos levando em consideração o impacto que ele causa no meio ambiente? Um artigo recente do CicloVivo levanta essa questão, mostrando como o surfe pode contribuir para a poluição atmosférica e marinha.

No Brasil, especialmente em São Paulo, onde há uma grande quantidade de surfistas sem praia, o deslocamento até o litoral para a prática do esporte gera uma considerável emissão de gases de efeito estufa. O artigo aponta que o trajeto de ida e volta entre São Paulo e Guarujá, por exemplo, libera cerca de 81 quilos de CO2. Além disso, as surf trips para destinos distantes também têm um impacto negativo, tanto nas emissões de CO2 quanto no consumo de recursos naturais, como o diesel para a navegação.

Outro ponto abordado é o uso de parafina nas pranchas de surfe. A parafina é um subproduto do petróleo e, quando aplicada na prancha, pode se espalhar na água e poluir o oceano. Além disso, ela contém compostos químicos prejudiciais à saúde humana e à vida marinha. O artigo sugere o uso de parafinas ecológicas, feitas com ingredientes naturais, como uma alternativa mais sustentável.

Outra questão levantada é o material utilizado na fabricação das bermudas de surfe. A maioria das bermudas é feita de fibras sintéticas, que liberam microplásticos no meio ambiente durante o uso e a lavagem. Os microplásticos são prejudiciais à vida marinha e demoram décadas para se decompor na natureza. O artigo destaca que algumas marcas estão investindo em bermudas feitas de fibras naturais, como o algodão, como uma opção mais sustentável.

Os trajes de neoprene também são citados como um problema, pois são feitos de borracha sintética, derivada do petróleo. Além disso, quando esses trajes são descartados, demoram muitos anos para se decompor. O artigo menciona a existência de trajes de neoprene feitos de materiais mais sustentáveis, como a borracha natural.

A produção de pranchas de surfe também tem um impacto significativo no meio ambiente. Além das emissões de carbono durante a fabricação, o descarte das pranchas também pode ser problemático, já que muitas delas são feitas de materiais que demoram muito tempo para se decompor. O artigo sugere a utilização de pranchas feitas de madeira, que possuem uma pegada de carbono menor e são mais sustentáveis.

O artigo conclui afirmando que ser mais consciente em relação ao surfe e ao meio ambiente é essencial. Sugere-se a redução das emissões de carbono por meio do compartilhamento de caronas para o litoral, a escolha de destinos mais próximos e o uso de equipamentos mais sustentáveis. Além disso, é importante reciclar e descartar corretamente os equipamentos de surfe, como as pranchas e os trajes de neoprene.

Em resumo, o surfe pode ser considerado um esporte de prego se não levarmos em consideração o impacto que ele causa no meio ambiente. Por isso, é importante ser consciente e adotar práticas mais sustentáveis na prática do surfe. Afinal, não adianta curtir as ondas se não tivermos um planeta saudável para desfrutar.

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