Spotify encerrará operações no Uruguai em 2024: inviável

Spotify vai sair do Uruguai em 2024: 'insustentável'

Spotify vai encerrar suas operações no Uruguai em 2024: “insustentável”

O Spotify, plataforma de streaming de música, anunciou que irá encerrar suas atividades no Uruguai a partir de 2024. A decisão foi tomada após a aprovação de uma nova lei de direitos autorais no país, que exige que as empresas remunerem de forma justa e equitativa os artistas.

A empresa sueca afirmou que já paga “70% de cada dólar gerado pela música” às editoras e publicadoras, e que qualquer pagamento adicional tornaria o negócio insustentável. O Spotify ressalta que, graças ao streaming, a indústria musical uruguaia cresceu 20% em 2022.

No entanto, a empresa questiona se os custos adicionais propostos pelos legisladores deveriam ser responsabilidade dos detentores dos direitos autorais ou do meio onde as músicas são reproduzidas. O Spotify acredita que, se a responsabilidade for do meio, estaria “pagando duas vezes pela mesma música”.

“Queremos continuar dando aos artistas a oportunidade de se conectar com os ouvintes e aos fãs uruguaios a oportunidade de curtir e se inspirar em sua música. Mudanças que poderiam forçar o Spotify a pagar duas vezes pela mesma música tornariam insustentável nosso negócio de conectar artistas e fãs e, infelizmente, não nos deixariam outra escolha a não ser deixar de estar disponível no Uruguai”, afirmou o Spotify em nota.

A decisão do Spotify de encerrar suas operações no Uruguai reflete uma preocupação cada vez maior das empresas de streaming com os custos dos direitos autorais. Em diversos países, surgem leis que buscam garantir uma remuneração mais justa para os artistas, colocando a responsabilidade nas plataformas digitais.

No entanto, as plataformas argumentam que já estão pagando uma quantia significativa às editoras e publicadoras, e que qualquer aumento nesses valores tornaria seus negócios inviáveis. O Spotify, assim como outras empresas do setor, depende de receitas de assinaturas e anúncios para operar.

No caso do Spotify, a empresa afirma que já paga 70% de cada dólar gerado pela música às editoras e publicadoras. Esse valor é distribuído entre os artistas de acordo com suas reproduções na plataforma. Através do streaming, o Spotify se tornou uma vitrine para muitos músicos e artistas independentes, permitindo que sua música seja descoberta por um público amplo.

A decisão do Spotify de encerrar suas atividades no Uruguai é um reflexo da dificuldade em conciliar os interesses dos artistas, das plataformas e das leis de direitos autorais. Enquanto os artistas buscam uma remuneração justa pelo uso de suas músicas, as plataformas tentam manter seus negócios viáveis diante dos crescentes custos dos direitos autorais.

O encerramento das operações do Spotify no Uruguai pode ser um golpe para os fãs de música no país, que agora terão menos opções de streaming disponíveis. Além disso, os artistas uruguaios também serão impactados, perdendo uma importante plataforma de divulgação de seu trabalho.

É importante ressaltar que a música é uma forma de arte que envolve criatividade, investimento e trabalho duro. Os artistas merecem ser remunerados de forma justa por seu trabalho. Ao mesmo tempo, é necessário o equilíbrio para que as plataformas digitais consigam operar de forma sustentável e continuar oferecendo aos usuários uma ampla variedade de conteúdo musical.

A discussão em torno dos direitos autorais no mundo digital é complexa e envolve diversos atores. É importante que haja um diálogo para encontrar soluções que atendam aos interesses de todos os envolvidos, garantindo uma remuneração justa para os artistas e a continuidade das plataformas de streaming de música.

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Felipe Rabello

Felipe é um dos editores do Guia Região dos Lagos.

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