Retorno da Sonda Soviética Cosmos 482 Gera Expectativas e Incertezas
No cenário astronômico, a reentrada da velha sonda soviética Cosmos 482 na atmosfera terrestre é aguardada com expectativa e incerteza. A trajetória deste artefato, que tem um retorno longo e superficial programado, é avaliada com cautela. Marco Langbroek, astrônomo da Universidade de Delft, na Alemanha, afirma que há a possibilidade de o objeto se fragmentar ou até mesmo se desintegrar extensivamente ao entrar na atmosfera do nosso planeta.
A sonda está equipada com uma capa protetora semiglobular de titânio, descrita como um “cubo metálico”, cuja finalidade era inicialmente suportar a passagem pela atmosfera de Vênus. Originalmente, o artefato também dispunha de paraquedas projetados para reduzir sua velocidade de descida. No entanto, após mais de meio século, Langbroek expressa dúvidas sobre a eficácia do sistema de paraquedas.
Incerteza na Reentrada da Sonda
A referida reentrada será descontrolada, o que torna impossível prever com exatidão o local e horário precisos do evento. À medida que a data projeta-se mais próxima, a incerteza talvez diminua, mas ainda- restarão questões em aberto, conforme observa o astrônomo.
De acordo com as previsões mais recentes divulgadas nas redes sociais, a data provável para a reentrada é 10 de maio, considerando uma margem de erro de 1,5 dia para mais ou para menos. Assim, um período de reentrada compreendido entre os dias 9 e 13 de maio é indicado como mais preciso do que um dia específico.
Langbroek também ressalta que os riscos envolvidos são mais baixos, mas não podem ser totalmente descartados. Com um peso pouco inferior a 500 quilos e um comprimento de 1 metro, o impacto da sonda poderia ser similar ao de um meteorito, afirma o astrônomo, que estuda o caso da sonda soviética há vários anos.
História e Missão da Cosmos 482
A Cosmos 482 é uma peça histórica da corrida espacial, confeccionada como parte do projeto Venere, uma ambiciosa missão da extinta União Soviética destinada a explorar Vênus. Diferentes sondas foram lançadas com o intuito de investigar o planeta, porém nem todas atingiram seus objetivos iniciais, como é o caso da Cosmos 482. Sua missão malfadada gerou frutos inesperados, resultando, agora, em um fenômeno de reentrada que captura atenção internacional.
Ao considerar a complexidade tecnológica e científica envolvida nas missões espaciais da época, a situação da Cosmos 482 destaca-se como um símbolo do progresso e dos desafios enfrentados pela tecnologia espacial ao longo do tempo. A trajetória da sonda e seu retorno à Terra, décadas depois, reacendem o fascínio e a curiosidade sobre as explorações espaciais do passado.
O fascinante episódio da reentrada da Cosmos 482 ilustra os riscos associados às missões espaciais e mantém vivo o interesse sobre o impacto que esses objetos representam ao voltarem à Terra. A história da sonda soviética não só reflete o passado histórico das viagens espaciais, como também serve de alerta e referência para as futuras incursões além do nosso planeta.