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Saquarema: Pit bull tem tendência a atacar? Entenda mitos e verdades sobre a raça

Pit bull tem instinto para atacar? Veja mitos e verdades sobre a raça | Enfoco

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Pit bull é predisposto a atacar? Desmistificando a raça

Nos últimos tempos, uma série de incidentes envolvendo cães da raça pit bull foi reportada em várias partes do Brasil, provocando grande repercussão, discussões acaloradas nas redes sociais e questionamentos sobre o comportamento desses animais. Em determinados casos, os ataques resultaram em ferimentos significativos e até em fatalidades, trazendo à tona o debate sobre a criação, regulamentação e possível proibição da presença desses cães em áreas públicas.

Contudo, em meio a toda essa controvérsia, especialistas e adestradores afirmam que não existem evidências científicas que sustentem a ideia de que os cães dessa raça nascem com um instinto agressivo. O médico veterinário José Luiz Pinto Lopes, da Universidade Federal Fluminense (UFF), destacou em entrevista que essas informações são meramente rumores infundados.

“Essa ideia é uma lenda, uma inverdade. A raça pit bull não apresenta fatores genéticos que comprovem a agressividade; na verdade, quem tem esse potencial é o ser humano. Esses cães são, na maioria das vezes, bastante dóceis.”

Um estudo da Associação Americana de Medicina Veterinária (AVMA) revelou que fatores como uma criação inadequada, maus-tratos, falta de socialização e incentivo ao comportamento agressivo influenciam muito mais o comportamento de um cão do que a sua raça. Segundo o veterinário, “qualquer raça pode exibir comportamentos agressivos, especialmente se for criada em um ambiente estressante ou sem uma supervisão adequada.”

Vale mencionar que o termo “pit bull” não se refere a uma única raça, mas abrange um grupo com características físicas semelhantes, como o American Pit Bull Terrier, American Staffordshire Terrier e o Staffordshire Bull Terrier.

A generalização da raça dificulta a coleta de dados precisos e contribui para a formação de estigmas que podem acarretar em dificuldades na adoção e tratamento justo dos animais. Organizações de proteção animal alertam que a criminalização de uma raça desvia a atenção do verdadeiro problema: a responsabilidade dos tutores na criação e socialização dos cães.

Genética e Comportamento

Todas as raças apresentam traços genéticos que afetam comportamentos, como energia e sociabilidade, mas a agressividade não é exclusiva de nenhuma delas. Embora os pit bulls tenham sido originalmente criados para lutas entre cães, isso não significa que sejam, de forma geral, agressivos ou hostis em relação a humanos.

Ambiente e Socialização

Estudos sugerem que a forma como um cachorro é criado, socializado e treinado é o que realmente molda seu comportamento. Cães que sofreram maus-tratos, que foram criados para brigas ou que têm donos irresponsáveis estão em maior risco de desenvolver comportamentos agressivos, independentemente da raça.

Perspectiva de um Adestrador

O adestrador Guilherme Botelho afirma que cães da raça pit bull possuem uma força considerável e requerem cuidados especiais para prevenir problemas. De acordo com ele, “são cães excepcionais, com grande potencial de força, e precisam de orientação para garantir que estejam sob controle. Não são adequados para qualquer pessoa.”

“Essa raça exige um tratamento especial. Apesar disso, os pit bulls são animais extraordinários e maravilhosos.”

Guilherme menciona que em várias regiões do mundo, pessoas que desejam ter cães considerados “potencialmente perigosos” precisam obter uma licença e atender a requisitos legais específicos, o que poderia ser uma solução viável para evitar problemas semelhantes no Brasil. “Seria sensato que as pessoas fossem submetidas a testes para confirmar sua habilidade de controlar o animal e conviver com outros cães; se não conseguirem, não deveriam levar esses cães a espaços públicos.”

No Brasil, não existe essa exigência de licença, mas alguns estados e cidades estipulam o uso obrigatório de focinheiras, coleiras e guias curtas em locais públicos, além de uma idade mínima de 18 anos para quem conduz um cão.

Mesmo diante das estatísticas e esclarecimentos, a sociedade permanece dividida entre o temor gerado por incidentes violentos e a defesa de que nenhum animal é inerentemente agressivo, sendo sua conduta moldada por seu ambiente e experiências ao longo da vida.

Casos Recorrentes

Recentemente, ataques de cães da raça pit bull têm chamado atenção. Um dos incidentes mais impactantes foi o da escritora Roseana Murray, que sofreu graves ferimentos após ser atacada por três pit bulls na localidade de Gravatá, em , no mês de abril do ano passado.

A escritora Roseana Murray necessitou amputar parte de seu braço direito em decorrência da gravidade dos ferimentos. Atualmente, ela utiliza uma prótese.

Outro caso notável ocorreu em dezembro do ano passado, quando um menino de 8 anos foi atacado por um pit bull de um vizinho, necessitando de cirurgia para reparar lesões faciais e nos braços. Em Niterói, em fevereiro deste ano, uma idosa faleceu após ser mordida por um cachorro no bairro Cantagalo, o qual escapou da coleira de seu proprietário e atacou-a enquanto estava em seu quintal.

O mais recente episódio investigado envolveu a morte de um bebê de três meses, Lucas Levi dos Santos, que foi atacado por um pit bull em São Lourenço da Mata, Pernambuco. O cachorro, que estava no quintal, conseguiu invadir a residência onde estava o bebê, resultando na tragédia.

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Foto de Editorial GRDL

Editorial GRDL

Editorial do Guia Região dos Lagos

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