A Justiça Ordena Provisão de Próteses à Escritora Roseana Murray Após Ataque de Pitbulls
Recentemente, foi emitida uma decisão judicial que requer que tanto a Prefeitura de Saquarema quanto o governo do estado do Rio de Janeiro garantam o fornecimento de uma prótese biônica para a escritora Roseana Murray, que conta com 73 anos. Essa ordem surge após um trágico incidente em que a autora foi atacada por cães da raça pitbull em Saquarema no mês de abril deste ano.
A decisão judicial, tomada em caráter de urgência, foi divulgada na última sexta-feira (29), exatamente uma semana após o falecimento de seu esposo, o jornalista Juan Arias, que lutava contra problemas de insuficiência renal.
Em decorrência do ataque brutal, Roseana necessitou da amputação do braço direito. O custo da prótese biônica, que abrange elementos tanto para o ombro como para a mão, é estimado em R$ 894 mil e deverá proporcionar à escritora a capacidade de realizar movimentos essenciais no dia a dia.
Adicionalmente, o juiz Andrew Francis dos Santos Maciel, que atua na 2ª Vara da Comarca de Saquarema, ordenou que a autora da ação receba os medicamentos indispensáveis para a manutenção de sua saúde após os traumatizantes eventos.
Na deliberação, o magistrado destacou que a saúde é um direito fundamental, essencial à dignidade do ser humano, e que é responsabilidade do Estado implementar medidas eficazes para assegurar esse direito, em conformidade com o que é estabelecido na Constituição.
Formalmente, caso o cumprimento da decisão não ocorra, a Justiça possui a autoridade para requisitar o bloqueio de bens e contas bancárias, assegurando, assim, o fornecimento da prótese necessária.
No que diz respeito ao aspecto criminal do incidente, a Justiça se prepara para ouvir novas testemunhas e interrogar os responsáveis pelos animais, que figuram como réus nesse processo, agendado para o dia 21 de janeiro, às 15h.
Os desdobramentos desse caso têm chamado a atenção tanto da mídia quanto da sociedade, ressaltando a importância de um sistema judicial que responda rapidamente a delitos que afetam a integridade física e emocional de indivíduos. O ataque que resultou na grave lesão de Roseana não é um caso isolado; eventos semelhantes têm ocorrido em diferentes localidades, levantando questões sobre a responsabilidade dos tutores de animais e as diretrizes a serem seguidas na posse de cães potencialmente perigosos.
No cenário social, a situação de Roseana gerou um clamor por mais proteção às vítimas de ataques de animais, bem como pela necessidade de políticas públicas mais rigorosas em relação à criação e manejo de animais considerados perigosos. A importância de um suporte adequado não apenas para a saúde física, mas também para a recuperação emocional das vítimas, se torna evidente diante do sofrimento que essas experiências traumáticas causam.
O caso de Roseana e a ação judicial em curso servem como um exemplo vívido da luta por justiça diante de tragédias inevitáveis, assim como a urgência em oferecer assistência aos feridos. Em um momento como esse, é crucial que as autoridades assumam suas responsabilidades e garanta que direitos sejam respeitados e cumpridos.
Além das questões relacionadas à saúde, a presença de riscos associados à posse de cães com comportamento agressivo deve ser amplamente debatida. Mais do que nunca, a sociedade deve questionar quais medidas podem ser adotadas para prevenir ataques e garantir a segurança pública. A formação de tutores e a regulamentação da criação de determinados animais são aspectos que precisam ser constantemente avaliados.
No aguardo de um desfecho que traga não apenas reparação à autora, mas também um aprofundamento nas legislações que regulam a posse responsável de animais, a Justiça continua sua ação para investigar e responsabilizar os tutores dos cães atacantes. A vigilância e a sensibilidade das autoridades judiciais são fundamentais para prevenir que casos similares se repitam no futuro.
Este caso, portanto, destaca a interseção entre a legislação, a saúde pública e o bem-estar animal. Ao buscar soluções equilibradas e justas, a sociedade se une em um esforço coletivo para que tragédias desse tipo não façam parte da vida de mais ninguém.
Fonte: Jornal O Globo
