Paciente com ELA em São Pedro da Aldeia Permanece no Hospital à Espera de Suporte Adequado
Na última segunda-feira (11), Júnior Curcino, coordenador do programa Melhor em Casa em São Pedro da Aldeia, comentou sobre a situação de Diogo Lopes de Miranda, de 38 anos, que permanece internado no Hospital Estadual Roberto Chabo em Araruama desde dezembro de 2024 devido à Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). A doença degenerativa afeta progressivamente a musculatura do corpo, incluindo os músculos respiratórios, mas não altera a consciência do paciente.
Internação e Cuidados
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o município não tem descumprido nenhuma decisão judicial. Antes da internação, Diogo era atendido pelo Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) e pelo Programa Melhor em Casa, que disponibiliza uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, além de equipamentos como o dispositivo Bipap, que auxilia na respiração.
Com a piora no estado de saúde do paciente, a equipe médica recomendou a internação hospitalar visando a garantia de um suporte especializado para preservar sua vida. Segundo as informações da coordenação, a alta hospitalar só será possível com a implementação de um serviço de UTI domiciliar, conhecido como home care. Contudo, o Sistema Único de Saúde (SUS) não obriga os municípios a oferecerem esse tipo de serviço, pois não está incluído nas diretrizes da atenção primária.
Diferença entre o SAD e o Home Care
O coordenador Júnior Curcino esclarece que o SAD, embora ofereça visitas periódicas domiciliares, não substitui o home care, que requer vigilância contínua, 24 horas por dia, com a presença de profissionais qualificados e equipamentos complexos. “Nosso objetivo é desospitalizar, desde que seja seguro. Não basta oferecer a comodidade do lar, é necessário garantir a mesma proteção que o hospital proporciona”, explicou Curcino.
Judicialização e Entraves para o Retorno ao Lar
O caso de Diogo depende de decisão judicial na Justiça Federal, que envolve a União, o Estado e o Município. Em recente determinação, foi solicitado que a família apresentasse propostas para o home care, mas, segundo a Prefeitura, o orçamento apresentado não atende às exigências atuais do paciente, colocando sua vida em risco.
Um dos desafios destacados é a necessidade de uma rede elétrica de 220 volts para o funcionamento constante do aparelho respiratório, que ainda precisa ser avaliado para garantir a segurança de Diogo. “Se faltarem luz e gerador, o aparelho para. E sem o aparelho, ele morre”, alertou Curcino.
Outro ponto crítico é o fluxo de atendimento em emergências. Atualmente, um paciente em atendimento domiciliar seria encaminhado ao pronto-socorro municipal, que não tem ligação direta com o Hospital Estadual Roberto Chabo, criando um risco de demora na obtenção de uma vaga hospitalar.
Compromisso Municipal e Futuro de Diogo
A Secretaria de Saúde de São Pedro da Aldeia afirma estar cumprindo todas as decisões judiciais e continua monitorando a situação do paciente no hospital. O município reforça que qualquer definição sobre a alta hospitalar dependerá de uma avaliação técnica e judicial, sempre visando garantir a segurança de Diogo ao retornar para casa.
Fonte da Notícia: Guia Região dos Lagos