Roupas hi-tech fornecem aquecimento, recarga de celular e exibição touch.

Roupas tecnológicas geram calor, recarregam celular e viram tela 'touch'

Roupas tecnológicas que geram energia e mantêm a saúde: conheça as novidades

Nesta era digital em que vivemos, a tecnologia está presente em praticamente todos os aspectos de nossas vidas. E agora, ela também chegou ao mundo da moda. As roupas tecnológicas estão cada vez mais avançadas e inovadoras, trazendo benefícios tanto para a geração de energia quanto para o monitoramento da saúde.

Um grupo de pesquisa do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP) está desenvolvendo roupas capazes de gerar energia a partir do movimento do corpo. Os chamados nanogeradores, feitos em fios de algodão condutores e quimicamente modificados, podem ser costurados em calçados, por exemplo, aproveitando o movimento contínuo dos passos para carregar dispositivos eletrônicos, como celulares.

Em um artigo publicado em janeiro de 2023 no periódico científico Nano Energy, o pesquisador do IFSC-USP, Osvaldo Oliveira Júnior, detalhou os resultados alcançados. Segundo ele, o material desenvolvido apresentou quase 70% de transparência, alta condutividade elétrica e uma tensão gerada de até 172 V. Com essa energia, foi possível acender até 56 lâmpadas LED e alimentar pequenos dispositivos eletrônicos.

Além da geração de energia, outro desafio é o armazenamento dela. Para solucionar essa questão, Oliveira criou linhas de algodão condutoras e quimicamente modificadas que funcionam como eletrodos em supercapacitores, dispositivos capazes de armazenar energia. Dessa forma, a energia gerada pelo movimento do corpo pode ser armazenada e utilizada posteriormente.

Os fios de algodão recebem uma camada dupla de nanotubos de carbono e grafeno, cobertos por um polímero plástico. Essa combinação permite a produção e o armazenamento de energia. Segundo Oliveira, o polímero revestido nos fios é capaz de armazenar energia para uma descarga com duração entre dois e seis minutos. O próximo passo do pesquisador é prolongar o tempo de armazenamento da carga, tornando possível a utilização em dispositivos como marca-passos, dispensando assim a troca frequente de baterias.

Essas roupas tecnológicas vão além da geração de energia. No IFSC-USP, os pesquisadores também estão desenvolvendo biossensores capazes de monitorar a saúde por meio do suor. Um exemplo é um biossensor que analisa o teor de ureia no corpo, importante indicativo para acompanhar o funcionamento dos rins. Essa tecnologia pode ser aplicada tanto em roupas como diretamente na pele.

De acordo com o pesquisador do IFSC-USP, as pesquisas internacionais apontam para três grandes áreas de desenvolvimento dos dispositivos vestíveis: a saúde, com sensores capazes de monitorar diferentes propriedades do corpo através do suor e outros fluidos; a funcionalidade, agregando novas funções aos tecidos, como nanopartículas que possuem propriedades bactericidas e antiodor; e a interatividade, que possibilita a interação do usuário com a roupa, transformando-a em uma espécie de tela touch.

As roupas tecnológicas trazem consigo uma série de benefícios e oportunidades. Além de serem mais sustentáveis por aproveitarem energia limpa e renovável, também proporcionam maior conforto e praticidade ao usuário. Imagine poder carregar seu celular apenas caminhando ou monitorar sua saúde sem a necessidade de sensores e dispositivos externos.

Esse avanço tecnológico é promissor e pode revolucionar não só o mercado da moda, mas também áreas como a saúde e a sustentabilidade. O futuro das roupas tecnológicas é promissor e abre um leque de possibilidades para tornar nosso dia a dia ainda mais conectado e eficiente.

Fonte:
Guia Região dos Lagos

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Felipe Rabello

Felipe é um dos editores do Guia Região dos Lagos.

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