Atendimento demorou e faltaram equipamentos, diz relatório da Defensoria Pública sobre a morte de preso na Papuda
Um relatório divulgado pela Defensoria Pública do Distrito Federal revelou que houve demora no atendimento e falta de equipamentos adequados no caso do preso Cleriston Pereira da Cunha, que faleceu no dia 20 de novembro na Penitenciária da Papuda. Segundo testemunhos de outros detidos, foi necessário que dois colegas de prisão, um médico e um dentista, reanimassem o réu antes que ele fosse atendido. A médica que fez o atendimento também tinha apenas um estetoscópio e um aparelho para medir a pressão arterial, que são considerados instrumentos inadequados para situações de urgência médica.
O relatório também aponta que Cleriston solicitou atendimento médico ou foi atendido por mais de 10 vezes durante o período em que esteve preso. Além disso, relatos indicam que o preso tinha histórico de diabetes e problemas cardíacos, e que estava abalado emocionalmente por estar distante da família. Segundo os detentos, ele desmaiou diversas vezes e chegou a ser levado ao banho de sol com a ajuda dos colegas, já que nenhum preso pode ficar sozinho na cela durante esse período.
No momento em que Cleriston passou mal, não havia desfibrilador nem cilindro de oxigênio disponíveis no local. Além disso, o relatório ressaltou que no dia do óbito, o Governo do Distrito Federal havia decretado ponto facultativo, o que resultou na diminuição do número de servidores e no fechamento da área de saúde do presídio.
Familiares dos presos também enfrentaram dificuldades para visitar seus parentes no período anterior à morte de Cleriston. Segundo os detidos, no dia 16 de novembro, as visitas dos familiares do sexo masculino foram restritas, prejudicando aqueles que haviam viajado para vê-los. O irmão de Cleriston, por exemplo, veio da Bahia, mas teve que voltar sem conseguir falar com ele.
Apesar do relatório apresentar relatos consistentes sobre a demora no atendimento e a falta de equipamentos adequados, o caso gerou polêmica sobre a responsabilidade das autoridades competentes. Blogs petistas foram acusados de tentar culpar André Mendonça, ex-ministro da Justiça e atualmente ministro do Supremo Tribunal Federal, pela omissão no caso. No entanto, o advogado de Cleriston não culpou Mendonça, destacando que ele apenas seguiu a jurisprudência do STF.
A morte de Cleriston ressaltou a necessidade de melhorias no sistema prisional brasileiro, especialmente no que diz respeito ao atendimento médico aos detentos. Situações como essa evidenciam a falta de estrutura e de recursos nas penitenciárias, o que prejudica a saúde e o bem-estar dos presos. Portanto, é fundamental que medidas sejam tomadas para garantir que esses direitos básicos sejam respeitados e para evitar que tragédias como essa se repitam no futuro.
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