Segurança Cibernética: Desafios para Bancos e Fintechs no Brasil
A ascensão das fintechs está revolucionando o mercado financeiro no Brasil, oferecendo alternativas modernas e ágeis aos tradicionais bancos. Entretanto, esta evolução traz à tona questões cruciais sobre segurança cibernética para essas instituições, que são regulamentadas pelo Banco Central do Brasil. As fintechs, que abrangem empresas de pagamento, investimento e concessão de crédito, operam sob rigorosas diretrizes, podendo utilizar apenas os fundos que têm em caixa. Elas não estão autorizadas a alavancar fundos, ou seja, usar o dinheiro dos clientes como garantia para empréstimos, por exemplo.
Políticas de Segurança e Risco
Tanto bancos quanto fintechs devem adotar políticas de segurança cibernética adequadas ao seu porte, risco e modelo de negócio. As diretrizes para essas políticas são estabelecidas pela Resolução 4.893 do Banco Central, aplicável aos bancos, e pela Resolução 85/2021, adaptada para as fintechs. Estas regras determinam que as instituições precisam compartilhar informações sobre melhores práticas e estabelecer protocolos para lidar com incidentes cibernéticos. Além disso, são obrigadas a submeter relatórios anuais de risco ao Banco Central, como parte do esforço contínuo para assegurar a integridade e a confiança no sistema financeiro.
Supervisão e Relatórios
Embora os bancos sejam objeto de maior escrutínio devido à sua complexidade e porte, as fintechs também são acompanhadas de perto. Elas devem enviar relatórios para o Banco Central, serem submetidas a auditorias e monitorarem indicadores de risco regularmente. Esse processo de supervisão visa garantir que tanto os bancos quanto as fintechs mantenham práticas seguras e transparentes, minimizando possíveis vulnerabilidades que poderiam ser exploradas por ataques cibernéticos.
Fundo Garantidor de Créditos
Em caso de falência de um banco, os clientes podem contar com o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que é uma entidade independente responsável por proteger os depósitos. O FGC assegura a devolução de até R$ 250 mil por cliente, com um limite máximo de R$ 1 milhão em quatro instituições diferentes. Contudo, é importante frisar que o FGC não cobre incidentes cibernéticos. A segurança cibernética é, na verdade, considerada um fator de risco, e os mecanismos existentes procuram, justamente, mitigar riscos operacionais que possam comprometer a confiança no sistema financeiro.
Desafios e Perspectivas
A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) salienta que tanto bancos tradicionais quanto fintechs devem continuamente evoluir suas práticas de segurança para lidar com os desafios do ambiente digital. A complexidade dos ataques cibernéticos tem crescido, demandando soluções inovadoras e eficazes para proteger dados financeiros de clientes e a infraestrutura crítica dessas instituições. A colaboração entre entidades financeiras para troca de informações sobre ameaças e soluções tem sido uma estratégia essencial no fortalecimento da segurança cibernética do setor.
Em resumo, o setor financeiro brasileiro, em meio à crescente digitalização, enfrenta o desafio de equilibrar inovação e segurança. A implementação de políticas robustas e a supervisão constante são fundamentais para garantir que tanto os tradicionais bancos quanto as inovadoras fintechs possam operar de maneira segura e confiável, assegurando assim a confiança dos consumidores e a estabilidade do sistema financeiro como um todo.
Fonte da Notícia: [Guia Região dos Lagos](https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2025/08/04/bancos-bets-fintechs-seguranca-hacker.htm)






