
A plataforma digital Bioconex, lançada em 2024, tem revolucionado o acesso a produtos oriundos da floresta amazônica no mercado nacional. Essa ferramenta foi desenvolvida pela Fundação CERTI, através do Instituto CERTI Amazônia, e atua como uma conexão entre as comunidades ribeirinhas e a indústria, facilitando a comercialização direta de produtos tanto extrativistas quanto agroecológicos.
A Bioconex impacta positivamente cerca de 4.200 famílias que estão envolvidas nas distintas etapas de coleta, beneficiamento, embalagem e armazenamento dos produtos. Desta forma, a plataforma se estabelece como um modelo de negócios sustentável, que integra a preservação ambiental, a inovação tecnológica e o desenvolvimento socioeconômico adequado.
Marco Giagio, diretor-geral do Instituto CERTI Amazônia, afirma que “a projeção é que até o final de 2025 a plataforma possa contar com 100 organizações cadastradas, beneficiando cerca de 7 mil famílias”.
A Bioconex não se limita apenas a produtos conhecidos, como açaí e castanha, mas amplia sua visibilidade a itens pouco explorados, incluindo o cariru, uma hortaliça rica em nutrientes, e o babaçu, um fruto versátil utilizado nos setores alimentício, cosmético e farmacêutico. O marketplace conta com um total de 33 cadeias produtivas, apresentando uma média de 10 subprodutos cada, que estão disponíveis em diversas formas, desde in natura até liofilizados, óleos e farinhas.
Com um crescimento mensal médio de 20% nos produtos anunciados nos últimos seis meses, a plataforma já ultrapassou três toneladas de ofertas. “Conectamos os produtores à indústria, assegurando renda àqueles que dependem da floresta e promovendo práticas de uso sustentável dos recursos naturais”, destaca Giagio.
Negociação direta e rastreabilidade
Por intermédio da Bioconex, as empresas possuem a possibilidade de negociar diretamente com os produtores, além de poder visualizar a localização dos fornecedores e calcular custos logísticos. A plataforma oferece ainda duas ferramentas integradas: o Vem de Onde, que garante a rastreabilidade dos produtos, e o BI da Floresta, que armazena dados estratégicos para a gestão de negócios e a tomada de decisões comerciais.
“A tecnologia não se resume ao preço: ela considera a disponibilidade, os prazos e a logística, sempre mantendo um custo acessível para quem vende”, explica o diretor.

Comunidades protagonistas
A cooperativa Amazônia Cooperar, que reúne mais de 50 comunidades ribeirinhas, é uma das entidades que utilizam a Bioconex para comercializar produtos derivados de cacau, castanha e tucumã. “A Bioconex aumenta a visibilidade dos produtos da natureza e conta com uma equipe de suporte que possui grande conhecimento sobre bioeconomia”, afirma Maria Carolina Farias, representante da cooperativa.
Outra empresa que utiliza a plataforma é a Arvo – Produtos da Amazônia, situada em Rio Branco (AC), que trabalha com produtos à base de jatobá, como chás e temperos. Para o sócio-diretor Francisco Rodrigues Antropobos, a Bioconex é fundamental para o fortalecimento de negócios sustentáveis. “Ela atua como um elo entre a produção tradicional e o mercado, valorizando o que há de melhor na fauna e flora da Amazônia”, diz.
Plataforma gratuita e acessível
A Plataforma Digital da Floresta integra o Bioconex com outras duas soluções digitais: Vem de Onde e BI da Floresta, disponível completamente sem custos. Os interessados podem acessar os websites bioconex.com.br, vemdeonde.com.br e bidafloresta.org.br, ou entrar em contato com a equipe de suporte via WhatsApp pelo número (92) 99205-9923.