A Prefeitura de Saquarema, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e Pesca, está implementando um projeto de revitalização das casas de farinha na cidade. O objetivo do projeto é resgatar a tradição e incentivar a produção na região.
O município de Saquarema, que possui uma população de aproximadamente 20.000 pessoas, costumava se dedicar à pesca artesanal, ao cultivo de frutas cítricas, cana-de-açúcar e à produção de farinha de mandioca para subsistência. Nas décadas de 1960 e 1970, as casas de farinha eram locais onde eram produzidos diversos alimentos derivados da mandioca. No entanto, nos últimos anos, houve uma diminuição significativa na produção de farinha na região. Das 50 casas de farinha que existiam anteriormente em Saquarema, atualmente apenas quatro unidades permanecem: duas no Rio Mole e duas em Palmital.
O projeto e a memória
O projeto da Prefeitura de Saquarema consiste em doar parte da produção de aipim do Centro Demonstrativo Municipal para as casas de farinha remanescentes. Essa doação fornecerá a matéria-prima necessária para o processamento. O objetivo é preservar as atividades nas casas de farinha, resgatando a memória e as tradições culturais que fazem parte da história do município.
O secretário municipal de Agricultura, Abastecimento e Pesca, Wellington Magalhães, ressalta que o projeto não apenas impulsionará a economia local, mas também preservará as práticas culturais e fortalecerá os laços comunitários, garantindo que as casas de farinha continuem sendo um patrimônio vivo de Saquarema.
As casas e a produção
As casas de farinha são responsáveis pelo beneficiamento coletivo de mandioca. Geralmente, contam com mão de obra familiar e, em alguns casos, as atividades são realizadas de forma consorciada, em que o proprietário recebe a matéria-prima para o beneficiamento e oferece uma porcentagem do material produzido como pagamento.
O processo de produção de farinha envolve diversas etapas, realizadas em diferentes áreas das casas de farinha. Inicialmente, ocorre a raspagem e a lavagem da mandioca, seguidas da trituração do aipim. Em seguida, a massa resultante do processo é colocada em uma prensa para retirar a água, passa por uma peneira para descompactação e é finalizada no tambor, onde a farinha é torrada.
Além da farinha, esse processo de produção gera subprodutos valiosos, como a goma, o biju, a sola e a quirera, que é utilizada na alimentação animal.
A revitalização das casas de farinha em Saquarema promete trazer benefícios tanto para os produtores locais, que poderão aumentar sua produção e renda, quanto para a preservação das tradições e memórias do município. Com o apoio da Prefeitura, a expectativa é que a produção de farinha de mandioca seja fortalecida e valorizada, contribuindo para a cultura e economia local.
Créditos da imagem: Divulgação/Prefeitura de Saquarema
Fonte da Notícia: Plantão Guia Região dos Lagos
