Cabo Frio: Prefeita privatiza Praça do Moinho, no Peró
A população de Cabo Frio, localizada na Região dos Lagos, ficou indignada com a instalação de um parque de diversões na Praça do Moinho, no bairro Peró. Segundo denúncias, o espaço público foi basicamente privatizado. A situação está tão crítica que os moradores precisam caminhar por cima dos bancos para se locomover pelo local.
A Praça do Moinho é a única área de lazer em boas condições no bairro. O espaço também conta com uma feira de artesanato e uma área de alimentação, e costuma receber milhares de pessoas, especialmente durante a noite. Com a chegada das férias escolares e do verão, espera-se um aumento ainda maior no número de frequentadores. A instalação do parque de diversões nesta época causou estranheza, já que é uma situação inédita.
Ao visitar o local, a reportagem do Jornal O Dia constatou a revolta dos moradores com a situação. Um residente do bairro, identificado apenas como Gerson, afirmou que a situação de Cabo Frio tem piorado a cada dia e que nunca havia presenciado algo semelhante desde que se mudou para o Peró, há 11 anos.
Além dos moradores, representantes da prefeitura estavam presentes no local. No entanto, alguns deles tentaram intimidar a jornalista para evitar a apuração dos fatos. Eles questionaram aos comerciantes do entorno quem seria contra a instalação do parque privado. Um assessor afirmou que o local possuía alvará de funcionamento concedido pela prefeitura, o que causou estranheza, já que se trata de uma área pública e única opção de lazer para os moradores do bairro.
Ao conversar com pessoas presentes no local, boatos surgiram de que o parque de diversões pertenceria à prefeitura ou à prefeita Magdala Furtado. No entanto, o Jornal O Dia entrou em contato com o município e negou essa informação.
Os moradores também denunciaram que os brinquedos do parque são velhos e perigosos. A estrutura da roda-gigante, por exemplo, está sendo sustentada por ripas de madeira. Durante a montagem dos equipamentos, os funcionários não utilizavam equipamentos de segurança adequados.
Os denunciantes questionam qual interesse está sendo defendido com a montagem do parque, já que ambulantes, artesãos e crianças perderam espaço. A área antes destinada a brincadeiras gratuitas está agora ocupada por brinquedos pagos.
A prefeitura de Cabo Frio foi questionada sobre a presença do parque em uma área pública, sem espaço para o lazer dos moradores. Em resposta, a Comunicação confirmou que cedeu o espaço para que uma empresa pudesse explorá-lo comercialmente.
O Jornal O Dia também entrou em contato com o Corpo de Bombeiros para saber sobre a autorização para a instalação da estrutura no espaço. Foi informado que os responsáveis pela edificação deram entrada no processo de regularização junto à corporação após notificação. A previsão é que o parque só possa funcionar a partir do dia 1º de dezembro, quando todas as licenças necessárias forem concedidas.
O caso foi levado à Câmara de Cabo Frio pelo presidente Miguel Alencar (UNIÃO), após receber diversas denúncias. O parlamentar enviou ofícios para a prefeitura e para o Corpo de Bombeiros para entender como a autorização foi concedida. Miguel Alencar também destacou a precariedade da roda-gigante, que está sendo sustentada por ripas de madeira, considerando-a perigosa.
É importante ressaltar que desde que Magdala Furtado assumiu a prefeitura de Cabo Frio, o Jornal O Dia vem recebendo várias denúncias de funcionários fantasmas que intimidam pessoas que desejam fazer reclamações ou denúncias nos departamentos municipais.