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Por que é quase impossível fabricar iPhones nos EUA, como deseja Trump?

Por que é quase impossível que os EUA fabriquem iPhones, como quer Trump?

Novas Tarifas de Importação Ameaçam Produção da Apple

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a possibilidade de aplicar uma tarifa de 25% sobre produtos da Apple, caso a empresa não transfira a fabricação de seus iPhones para o território norte-americano. A declaração foi feita na sexta-feira, dia 23, e logo foi ampliada para incluir a Samsung e outros fabricantes de smartphones.

Contexto de Mudanças na Política Comercial

Este posicionamento de Trump ocorre em meio a uma recente escalada protecionista nos EUA, destacada pela imposição de novas tarifas de importação desde abril. O presidente visa revitalizar a indústria local, cumprindo assim uma das suas promessas de campanha. Atualmente, a produção dos iPhones está centralizada na China, e segundo especialistas, uma transferência imediata para os EUA não só é improvável, como também elevaria significativamente o custo dos dispositivos.

Impactos Econômicos da Produção Interna

De acordo com Dan Ives, da Wedbush Securities, um iPhone fabricado nos EUA teria um custo três vezes maior do que aquele produzido na China. Um dispositivo que custa US$ 1.000 hoje poderia ultrapassar US$ 3.000 caso fosse produzido em solo americano. Convertendo os valores, seriam aproximadamente R$ 6.000 e R$ 18.000 com base na cotação de 11 de abril.

Desafios da Cadeia Produtiva e Custos Trabalhistas

Segundo relatório do Bank of America, a produção doméstica de iPhones incrementaria em 90% o custo final do produto. Além disso, os gastos com mão-de-obra nos EUA representariam um aumento de 25% nos custos de produção. A realidade é que os Estados Unidos ainda dependeriam da importação de componentes chineses por um período considerável.

Adicionalmente, Dan Ives apontou que a transição da cadeia produtiva para os EUA poderia levar ao menos três anos, com um custo financeiro elevado. A Apple iniciou sua estrutura de fabricação na China nos anos 1990, e reproduzir essa rede nos Estados Unidos seria um desafio significativo.

Possível Repercussão nos Serviços e Preços

Um destaque do analista da Wedbush Securities é que apenas o deslocamento de 10% da produção da Ásia para os EUA teria um custo de US$ 30 bilhões, além de potencialmente causar rupturas consideráveis no processo. Isso subestima a complexidade da cadeia de suprimentos atual, que é altamente integrada na Ásia, envolvendo eletrônicos, chips e demais componentes.

Considerações Finais

A pressão para que grandes marcas tecnológicas instalem suas linhas de produção nos EUA reflete um desejo político pela revitalização industrial, mas enfrenta a realidade financeira e logística das cadeias globais. Enquanto os debates seguem, qualquer mudança significativa traria impactos marcantes aos consumidores, principalmente no que se refere aos preços dos dispositivos.

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Foto de Felipe Rabello

Felipe Rabello

Felipe é um dos editores do Guia Região dos Lagos.

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