Polícia Civil realiza operação contra fraude de R$ 115 mil em Araruama
A cidade de Araruama, na Região dos Lagos, tornou-se palco de uma operação policial nesta quarta-feira (13) para desmantelar um esquema de fraude sofisticado contra a Uber, resultando em um prejuízo de aproximadamente R$ 115 mil. As investigações, lideradas pela Delegacia de Defraudações, revelaram que dois indivíduos, Pedro Pascoli Plata Souza e Yasmim Gusmão Soares, teriam utilizado técnicas avançadas de inteligência artificial para criar falsas contas de motoristas e passageiros, gerando quase 2 mil viagens fraudulentas.
Detalhes da operação e do esquema de fraude
A operação incluiu o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão, com o intuito de interromper o esquema que, segundo a polícia, pode ter se expandido para outras cidades da região. Até o momento, foram identificados cerca de 70 perfis falsos de motoristas, muitos dos quais apresentavam imagens manipuladas digitalmente para ocultar a identidade de Pedro Pascoli, que utilizava tatuagens falsas para enganar o sistema.
Os investigadores descobriram que o golpe explorava falhas no sistema de cobrança via Pix. Nesse modelo, o custo da corrida é cobrado antes da viagem iniciar, logo após o passageiro inserir o percurso no aplicativo. Os fraudadores acrescentavam múltiplas paradas ao roteiro, aumentando o valor total. Tais valores adicionais não eram pagos pelos perfis falsos de passageiros, mas a Uber cobria o custo completo, repassando-o aos motoristas falsos. Muitas vezes, as contas eram abandonadas depois de acumularem consideráveis dívidas.
Revelações das investigações e resposta da Uber
Das 1.922 viagens fraudulentas identificadas, 1.125 foram canceladas após a inclusão das paradas extras, mas ainda assim geraram prejuízo, uma vez que o sistema manipulava garantias de repasses indevidos. As 797 viagens que foram concluídas eram atribuídas a 484 contas de passageiros, das quais 478 estavam ligadas a um único endereço residencial, associado a Pedro Pascoli. Os trajetos eram executados por 73 motoristas, todos com contas bancárias registradas em nome de Yasmim Gusmão.
Os investigadores também constataram que 69 dos 73 perfis de motoristas conseguiram contornar o sistema de verificação de identidade da Uber, utilizando imagens manipuladas para ludibriar o reconhecimento facial exigido pela plataforma. Além disso, outras 85 contas de motoristas possuíam dados bancários ligados a Pascoli, reforçando a hipótese de que ele seria o cérebro por trás da operação criminosa.
Em resposta, a Uber confirmou que identificou a fraude através de seus mecanismos antifraude e denunciou o caso à Polícia Civil. A companhia reiterou seu compromisso em colaborar com as investigações e reforçou que seus sistemas estão continuamente monitorando mais de 600 sinais de comportamento para detectar fraudes. A empresa está constantemente atualizando seus protocolos para prevenir novas ocorrências.
Desdobramentos futuros e ações preventivas
A Polícia Civil de Araruama continua a investigar a extensão do esquema na Região dos Lagos e apura se golpes semelhantes foram aplicados em outras áreas do estado. O objetivo é não apenas responsabilizar os envolvidos e recuperar parte do montante perdido, mas também aprimorar as medidas de segurança para coibir futuros crimes digitais desse tipo.
A Uber, por sua vez, salientou que seu sistema antifraude é eficiente na detecção de comportamentos suspeitos e que está sempre implementando novas tecnologias para evitar fraudes e aprimorar o treinamento dos agentes envolvidos no combate a esses crimes.
O caso ressalta a crescente sofisticação nos métodos de fraude e a necessidade de desenvolver estratégias mais robustas de segurança digital, tanto para empresas quanto para usuários.
Fonte da Notícia: Plantão Guia Região dos Lagos
