Arraial do Cabo: Pinguins são encontrados mortos na praia
Na manhã desta terça-feira (16), atletas flagraram uma cena estarrecedora enquanto corriam pela orla da Praia Grande, em Arraial do Cabo. Quatro pinguins-de-magalhães, que estão em período de migração, foram encontrados mortos. A prefeitura acionou o Instituto BW, uma ONG que atua com a conservação e reabilitação de animais selvagens na Região dos Lagos, para investigar a causa dos óbitos. Não há informações sobre possíveis ferimentos provocados por redes de pesca.
Segundo a veterinária Paula Baldassin, do Instituto BW, o período de migração desses pinguins teve início em julho. Além do incidente registrado em Arraial do Cabo, outras ocorrências envolvendo as aves também foram registradas em Saquarema e Araruama.
Paula explica que a vinda desses pinguins para a costa brasileira não é um evento recente, mas sim algo que acontece ao longo dos anos. Sítios arqueológicos na Região dos Lagos comprovam que esses animais visitam nossa costa há muito tempo. É um evento natural para eles.
De acordo com a veterinária, os pinguins que migram para a costa brasileira são geralmente juvenis, ou seja, têm menos de um ano de idade. “Eles nasceram neste ano e estão fazendo a grande migração deles, então algumas coisas podem dar errado. Às vezes eles não conseguem pescar direito, podem ser atacados por outros animais, ficam sem comer, entre outras possíveis causas dos óbitos”, explica Paula.
Instituto BW investiga a causa das mortes
O Instituto BW foi acionado pela prefeitura de Arraial do Cabo para investigar a causa das mortes dos pinguins encontrados na Praia Grande. Essa ONG atua há diversos anos com a conservação e reabilitação de animais selvagens na Região dos Lagos.
Ainda não há informações sobre possíveis ferimentos provocados por redes de pesca, mas essa é uma das possibilidades que o Instituto BW irá investigar. As aves Provavelmente estavam em busca de alimento durante a migração e podem ter se enroscado em redes de pesca.
A equipe do Instituto BW realizará exames necroscópicos nos pinguins para determinar a causa das mortes. Esses exames incluirão análises de tecidos e órgãos para identificar possíveis doenças ou lesões.
Pinguins de Magalhães e sua migração anual
Os pinguins-de-magalhães são nativos da Patagônia, na América do Sul, e são conhecidos por realizar migrações anuais em busca de alimento. Durante essas migrações, eles deixam suas áreas de reprodução e se deslocam para áreas com maior disponibilidade de alimento.
No caso do Brasil, os pinguins-de-magalhães migram para nossa costa todos os anos. Eles percorrem milhares de quilômetros nadando para chegar até aqui. Essa migração ocorre devido às correntes marítimas favoráveis e à abundância de alimentos na região.
Muitos desses pinguins são jovens que nasceram no ano anterior e estão em sua primeira viagem de migração. Durante essa jornada, eles enfrentam vários desafios e podem sofrer perdas. A falta de experiência na busca por alimentos e a exposição a predadores são alguns dos riscos enfrentados pelos pinguins juvenis.
Preservação dos pinguins e seus habitats
A conservação dos pinguins-de-magalhães e de seus habitats é fundamental para garantir a sobrevivência dessa espécie. A redução da pesca predatória, o combate ao tráfico de animais e a criação de áreas protegidas são algumas das medidas que podem ajudar a preservar essas aves marinhas.
Também é importante conscientizar a população sobre a importância da conservação da vida marinha. Pequenas ações, como o descarte correto do lixo, podem fazer a diferença na preservação dos habitats marinhos e na proteção dos pinguins e de outras espécies.
O Instituto BW, em parceria com outras instituições e órgãos governamentais, desenvolve projetos de pesquisa, conservação e educação ambiental para promover a proteção da fauna marinha. Essas ações visam preservar não apenas os pinguins-de-magalhães, mas também outras espécies que habitam as águas da Região dos Lagos.
É fundamental que a sociedade apoie e participe dessas iniciativas, contribuindo para a preservação da vida marinha e para a construção de um futuro mais sustentável.
Fonte: Plantão Guia Região dos Lagos
