Estudo revela presença de microplásticos em peixes e praias de Ubatuba
Um estudo realizado pela Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) e Universidade Estadual Paulista (Unesp) constatou a presença de microplásticos em peixes e nas águas e sedimentos das praias de Barra Seca e Perequê-Açú, localizadas no município de Ubatuba, em São Paulo. A pesquisa foi publicada na revista científica “Neotropical Ichthyology”.
Durante o estudo, foram coletados 120 peixes da espécie Atherinella brasiliensis, conhecido como peixe-rei, em três regiões da costa ubatubense. Os resultados revelaram que 38% dos peixes analisados apresentavam partículas sintéticas de plástico em seus corpos. Além disso, foram examinadas cinco amostras de água do mar e cinco amostras de areia coletadas nas diferentes regiões no inverno e no verão.
O objetivo do estudo era comparar a presença de microplásticos no ambiente marinho e no trato digestivo dos peixes. Para isso, os cientistas também avaliaram variáveis como temperatura, acidez e turbidez da água. Acredita-se que os peixes-rei ingerem essas partículas sintéticas por engano, pois elas possuem tamanho e cor semelhantes ao seu alimento natural.
Os pesquisadores observaram que a quantidade de microplásticos variou entre as praias estudadas. A praia de Barra Seca, que recebe resíduos de rios, apresentou a maior taxa de contaminação, com cerca de metade dos peixes coletados apresentando resquícios de material sintético. Essa relação entre a concentração de partículas no ambiente e sua presença nos organismos dos animais indica a gravidade do problema.
Além dos impactos imediatos para os peixes e o ecossistema aquático, estudos apontam que a presença de microplásticos nos alimentos pode trazer sérias consequências para os seres humanos também. Por exemplo, pescadores artesanais, ribeirinhos e caiçaras são grupos que consomem peixes e podem acabar ingerindo também essas partículas de plástico.
Diante desse cenário preocupante, os pesquisadores ressaltam a importância de políticas públicas e a conscientização da população para a redução, reutilização e reciclagem do plástico. Além disso, é fundamental que haja um esforço conjunto entre as autoridades e a sociedade para combater a poluição por microplásticos.
Esses resultados reforçam a urgência de ações efetivas para o combate à poluição marinha e à redução do consumo de plástico. A preservação dos ecossistemas marinhos é essencial para a sobrevivência de diversas espécies, incluindo a nossa própria. É responsabilidade de todos cuidar do meio ambiente e adotar práticas sustentáveis no nosso dia a dia.