Painel em Belém Denuncia Impactos da Exploração de Petróleo na Amazônia
Um painel de 80 metros em Belém, cidade-sede da COP30, destaca a urgente mensagem de cientistas sobre os perigos da exploração de petróleo na Amazônia. O objetivo é evidenciar a ameaça que a queima de combustíveis fósseis representa para a floresta. Apesar desses riscos, empresas como a Petrobras, juntamente com parte do governo, buscam a aprovação do IBAMA para explorar petróleo na bacia da foz do Amazonas. Na última terça-feira, uma votação simbólica no Senado resultou na criação de uma Frente Parlamentar que defende a exploração na Margem Equatorial, abrangendo regiões do Amapá ao Rio Grande do Norte.
Universidade Federal do Pará Recebe Mural em Alerta à Crise Ambiental
Na Universidade Federal do Pará (UFPA), um novo mural destaca os desafios climáticos e o futuro da Amazônia. Criado pelo artista Mundano, utiliza técnicas inovadoras e materiais simbólicos, incluindo cinzas e carvão de queimadas que devastaram áreas na Terra Indígena Anambé em 2024. O mural retrata visualmente as ameaças à floresta, como petróleo, desmatamento e queimadas, e destaca as soluções sustentáveis das populações tradicionais.
Contribuição de Artistas Locais e Materiais Sustentáveis
Artistas do Coletivo Mairi participaram da criação do mural com tintas de diversas cores. And Santtos, Cely Felize e Tai representaram indígenas, quilombolas, ribeirinhos e populações periféricas, usando a frase “A solução somos nós”. Parte do mural foi feita com detritos de obras da COP30, coletados na Vila da Barca.
Diálogo Entre Arte e Resistência
O mural é dividido em sete partes, cada uma trazendo uma narrativa de destruição e esperança:
1. **Exploração de Petróleo** – Ilustra os potenciais impactos negativos na foz do Amazonas.
2. **Queimadas** – Mostra a destruição causada pelo fogo, usando carvão e cinzas autênticas.
3. **Rios Secos da Amazônia** – Destaca as consequências das mudanças climáticas nos rios.
4. **Palafitas** – Foca na Vila da Barca, evidenciando o impacto ambiental dos esgotos.
5. **Protagonismo de Povos Indígenas e Negras** – Reflete soluções lideradas por mulheres indígenas e negras.
6. **Futuro Sustentável** – Vislumbra um futuro harmônico entre crianças e a natureza.
7. **Homenagem a Defensores da Amazônia** – Reconhecimento às lideranças e ativistas da região.
Artivismo como Ferramenta de Transformação
O mural não é apenas uma obra de arte, mas um manifesto que une a luta contra a exploração predatória e a sabedoria ancestral dos povos da floresta. O projeto foi desenvolvido pela Parede Viva em colaboração com a UFPA e o Movimento Ciência e Vozes da Amazônia.
O Trabalho de Mundano
Mundano é um destacado artivista brasileiro, conhecido por combinar arte urbana e ativismo ambiental. Suas intervenções já ganharam visibilidade em mais de 20 países. Seu projeto “Pimp My Carroça” e “Cinzas da Floresta” são reconhecidos nacionalmente, trazendo à tona importantes questões socioambientais.
Coletivo Mairi: Valorizando as Culturas Originárias
Composto por artistas indígenas do Pará, o Coletivo Mairi utiliza a arte urbana para destacar questões ambientais e os direitos dos povos originários. Suas obras misturam técnicas contemporâneas e tradicionais, criando uma linguagem que busca sensibilizar sobre as histórias e desafios enfrentados pelas comunidades indígenas.
Este esforço artístico serve como um lembrete poderoso da necessidade de agir em prol da sustentabilidade e da conservação da Amazônia, ampliando vozes das comunidades locais e destacando a relevância de seus conhecimentos tradicionais.