O que é tratamento natural com plantas?

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O que é Fitoterapia?

A fitoterapia, muitas vezes associada a chás caseiros de ervas, é uma disciplina que vai muito além desse conceito simplista. Ela é uma ciência formal, respaldada por evidências científicas e regulada por organismos de saúde, que se utiliza de plantas medicinais e fitoterápicos de forma segura e eficaz para a prevenção e o tratamento de diversas condições de saúde. O aumento nas pesquisas nessa área permitiu que a fitoterapia atual fosse integrada à medicina convencional e à farmácia, assegurando que as substâncias ativas das plantas fossem padronizadas e utilizadas de maneira confiável.

Os fitoterápicos podem ser apresentados em várias formas farmacêuticas, tais como extratos, tinturas, cápsulas, comprimidos e até mesmo cremes e pomadas. Neste artigo, vamos abordar a ciência que fundamenta a fitoterapia, suas distinções em relação ao uso tradicional de plantas medicinais, e os critérios de segurança e regulamentação que devem ser observados na aplicação da fitoterapia na saúde contemporânea.

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Foto: Matt Briney | Unsplash

O que envolve a fitoterapia?

A estratégia da fitoterapia consiste no uso de plantas medicinais como forma de terapia para o tratamento e a prevenção de doenças. O termo se origina do grego “phyton” (planta) e “therapeia” (tratamento). Diferentemente do uso ordinário e empírico, a fitoterapia contemporânea baseia-se em estudos clínicos e investigações laboratoriais que garantem ao usuário e ao profissional a segurança e a eficácia do tratamento com medicamentos fitoterápicos, sejam eles industrializados ou manipulados.

As plantas medicinais contêm substâncias bioativas, que são compostos químicos naturais capazes de provocar efeitos fisiológicos no corpo humano. Essas substâncias podem ter uma variedade de propriedades, como anti-inflamatórias, digestivas, analgésicas, e outras. Contudo, a maneira como essas substâncias são extraídas e administradas tem um impacto direto na sua eficácia, uma vez que a fitoterapia moderna busca garantir a padronização dessas substâncias. Isso assegura que a dose administrada seja segura e adequada, evitando floras de dosagem comuns em preparações caseiras.

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Foto: Conscious Design | Unsplash

O uso de fitoterápicos requer um controle rigoroso de qualidade, já que preparações caseiras podem não seguir esses padrões, levando a contaminações e à incerteza quanto à eficácia. Por outro lado, os produtos regulados por órgãos de vigilância sanitária proporcionam um nível de segurança elevado, sendo assim uma opção válida para quem busca tratamento baseado em plantas.

Diferenças entre fitoterapia e chás caseiros

É comum que as pessoas confundam fitoterapia com a utilização de chás caseiros. Embora ambos compartilhem o uso de plantas medicinais, as distinções são significativas.

1. Padronização das substâncias ativas

Nos chás caseiros, a quantificação das substâncias ativas não é possível. Diversos fatores podem influenciar sua eficácia, como a parte da planta utilizada, o método de preparo e o local de cultivo. Em contrapartida, os fitoterápicos passam por rigorosos processos de extração e padronização, assegurando uma dose controlada.

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A calêndula é usada na medicina popular como cicatrizante para ferimentos, queimaduras e irritações. | Foto: Pixabay

2. Diversidade nas formas de administração

Os chás são consumidos na forma líquida, enquanto os fitoterápicos aparecem em várias apresentações, como extratos secos, tinturas, xaropes, entre outros, oferecendo um controle mais preciso da dosagem e da absorção no organismo.

3. Segurança e controle de qualidade

Preparações caseiras não passam pelo controle rigoroso de qualidade, já os medicamentos fitoterápicos são regulamentados e seguem normas estritas, garantindo segurança e eficácia.

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Foto: Christina Victoria Craft na Unsplash

4. Fundamentação científica

Os fitoterápicos utilizados clinicamente são respaldados por pesquisa científica que avalia sua eficácia e possíveis interações medicamentosas, o que o distingue do uso popular. Isso não implica que os chás não tenham benefícios, mas seus efeitos podem ser menos previsíveis quando comparados aos fitoterápicos produzidos sob rigoroso controle.

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Ervas Medicinais. Foto: iStock

Tratamentos fitoterápicos em destaque

  • Pacientes lidando com ansiedade podem se beneficiar de fitoterápicos como Passiflora incarnata e Alfazema, que podem ajudar a reduzir a necessidade de ansiolíticos convencionais.
  • Pessoas com osteoartrite podem fazer uso de Curcuma longa, Gengibre e Unha de gato para controle da inflamação e diminuição do uso de anti-inflamatórios.
  • Para quadros de insônia leve, as opções como Valeriana officinalis e Melissa podem ser exploradas antes de se recorrer a medicamentos hipnóticos.

Regulamentação e segurança dos fitoterápicos no Brasil

No Brasil, a regulamentação dos fitoterápicos é feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que assegura que os produtos no mercado atendam critérios rigorosos de qualidade e segurança. A Anvisa estabelece duas categorias para os fitoterápicos:

  1. Medicamentos Fitoterápicos – Necessitam comprovar sua eficácia através de ensaios clínicos, seguindo normas equivalentes àquelas exigidas para os medicamentos alopáticos.
  2. Produtos Tradicionais Fitoterápicos – Esses são baseados em um histórico de uso seguro e, desde que respeitem as indicações terapêuticas reconhecidas, não necessitam de estudos clínicos extensivos.
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Foto: Brandon Stroup | Unsplash

A fitoterapia na saúde moderna

A fitoterapia tem se destacado cada vez mais na prática clínica, utilizada por profissionais da medicina tanto em contextos convencionais quanto em abordagens integrativas. Exemplos de fitoterápicos e suas indicações incluem o Passiflora incarnata, recomendado para ansiedade e distúrbios do sono, e o Ginkgo biloba, que melhora a circulação sanguínea e a memória.

  • Cúrcuma longa é um potente anti-inflamatório recomendado para dores articulares.
  • Harpagophytum procumbens, conhecido como Garra-do-diabo, é indicado para tratar artrites e artrose.
  • Valeriana officinalis promove melhor qualidade do sono.

Integração da fitoterapia com a medicina tradicional

A fitoterapia pode atuar como um complementar à medicina alopática, sem a intenção de substituí-la. Muitos fitoterápicos têm o potencial de reduzir os efeitos colaterais de tratamentos convencionais ou de intensificar a ação em doenças crônicas. Contudo, é fundamental que o uso de fitoterápicos seja sempre orientado por um profissional de saúde, para garantir que cada paciente tenha o tratamento adequado para sua condição específica.

Portanto, a fitoterapia, respaldada por rigor científico e regulamentação, vai muito além de simples chás caseiros. A evolução das pesquisas com plantas medicinais culminou no desenvolvimento de fitoterápicos eficazes e seguros, capazes de complementar e, em algumas situações, substituir tratamentos tradicionais, promovendo melhor qualidade de vida e bem-estar.

Saudações Fitoterápicas!

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Dra. Jeane Nogueira. Foto: Arquivo Pessoal

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