Investimento em Inteligência Artificial Aprofunda Desigualdade Global
A desigualdade entre países na capacidade de desenvolver inteligência artificial (IA) ganha novo destaque com o estudo da Universidade de Oxford, que aponta o investimento massivo de US$ 320 bilhões pelas grandes empresas de tecnologia em infraestrutura até 2025. Com 32 nações concentrando grande parte dessa infraestrutura, surge o questionamento sobre a viabilidade de investimento público em um setor já dominado por potências estrangeiras, e como isso se conecta ao Plano Nacional de Data Centers, no Brasil.
Plano Nacional de Data Centers e o Benefício para o Brasil
No cerne das discussões está o Plano Nacional de Data Centers, que pretende usar renúncias fiscais para atrair investimentos. A questão central circula em torno de quem realmente se beneficia dessas políticas e como elas podem de fato contribuir para a soberania digital do Brasil. O debate é intensificado pelas preocupações de que a concentração de infraestrutura em poucos países possa limitar a autonomia e a competitividade de nações com menos recursos.
Percepção Brasileira Sobre a Inteligência Artificial
Curiosamente, a relação dos brasileiros com a IA tem mostrado sinais de mudança. A pesquisa global da Ipsos revela que, enquanto o otimismo sobre a IA diminuiu, o medo também tem se reduzido. Em 2025, 43% dos brasileiros temem perder o emprego para a IA, um declínio significativo dos 57% registrados em 2024. Esse dado sugere que o contato mais frequente com essas tecnologias está normalizando sua presença na vida cotidiana, diminuindo o receio inicial.
Desafios Éticos e Regulações Necessárias
Paralelamente, a questão ética do uso da IA é colocada em cheque. A nova ferramenta de inteligência artificial do Google, o Veo 3, tem sido utilizada para criar vídeos hiper-realistas com conteúdos racistas e antissemitas, demonstrando a fragilidade dos filtros que deveriam evitar tal produção. Vídeos carregando a marca d’água do Veo 3 levantam urgentes perguntas sobre a facilidade de criação de conteúdos impróprios e o papel das plataformas, como o TikTok, que permitem sua disseminação. A situação expõe não apenas limitações técnicas dessas IAs, mas também a necessidade crítica de regulamentações que responsabilizem as grandes empresas de tecnologia pelo conteúdo criado e compartilhado por seus usuários.
Crescimento das Bets e Impacto no Mercado Digital
Outro fenômeno digital em ascensão no Brasil é o crescimento do acesso a sites de apostas, que se tornaram o segundo mais visitado no país, ultrapassados apenas pelo Google. Dados da SimilarWeb mostram que, entre janeiro e maio deste ano, os acessos a essas plataformas saltaram de 55 para 68 milhões. Com 67,8% dos acessos sendo diretos, fica evidente que as empresas de apostas conseguiram se estabelecer na mente do consumidor brasileiro, em parte devido a contratos publicitários estratégicos com influenciadores e jogadores de futebol.
Este aumento de acessos deve continuar, especialmente após a liberação dos aplicativos de apostas na Google Play Store, refletindo uma tendência de fidelização e expansão do mercado de apostas online no Brasil.
Em resumo, o panorama tecnológico atual apresenta um leque de desafios e oportunidades que demandam atenção cuidadosa. Desde os investimentos em infraestrutura que poderão perpetuar a desigualdade digital, passando pela evolução no relacionamento com a IA, até os dilemas éticos e o crescimento das apostas online, o futuro digital se apresenta complexo e repleto de nuances que exigem regulamentações e políticas adequadas para um desenvolvimento justo e inclusivo.
Fonte da Notícia: https://www.uol.com.br/play/videos/tilt/2025/07/15/o-novo-abismo-digital-medo-do-desemprego-pela-ia-videos-racistas-do-google-bets-engolem-youtube.htm







