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Mudanças climáticas podem causar nova extinção em massa

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Crise Climática: Potencial de Extinção em Massa em Perspectiva

Peixe morto em leito seco do Lago Mead devido à seca causada por mudanças climáticas
Peixe encontrado morto em uma área seca do Lago Mead, testemunhando os efeitos devastadores da seca em 9 de maio de 2022. O Lago Mead, o maior reservatório artificial da América do Norte, atinge seu nível mais baixo desde 1937, consequência de uma mega seca impulsionada por mudanças climáticas e aumento da demanda por água no sudoeste dos Estados Unidos. Crédito: Mario Tama | Getty Images

Conforme os alertas do investigador Hugh Montgomery, que é chefe do Centro de Saúde e Desempenho Humano da University College London, a humanidade pode enfrentar uma crise de extinção em massa se não houver uma inversão nos efeitos provocados pelas mudanças climáticas. Ele é um dos autores do documento de 2024 que vai abordar saúde e questões climáticas, publicado na renomada revista científica The Lancet.

O pesquisador fez a abertura do Forecasting Healthy Futures Global Summit, um seminário internacional que discute a conexão entre saúde e clima, iniciado dia 8 de novembro no Rio de Janeiro. O Brasil foi escolhido como sede da conferência, já que o país também vai ser palco da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) no próximo mês.

Montgomery declarou que processos de extinção já estão em andamento ─ “a maior e mais rápida que o planeta já testemunhou, sendo provocada por nós.” No entanto, ele advertiu que se a temperatura média do planeta continuar a aumentar em 3 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, a mortalidade de diversas espécies pode atingir patamares extremos. Em 2024, o aumento já chegaria à marca recorde de 1,5º C, e cientistas preveem que, mantendo as atuais diretrizes — especialmente em relação à emissão de gases de efeito estufa — esse incremento pode atingir 2,7 °C até o ano 2100.

Possíveis consequências do aumento do nível do mar no Rio de Janeiro
Imagens demonstram os possíveis impactos da elevação do nível do mar na Estação Botafogo (RJ), na hipótese de um aumento de 3ºC nas temperaturas globais em relação aos níveis pré-industriais. Créditos: Climate Central

Montgomery ressaltou que, se continuarmos a comprometer as bases em que nos sustentamos, a própria existência da espécie humana pode estar comprometida. Em 2023, a emissão de carbono equivalente foi de 54,6 bilhões de toneladas, marcando um aumento de quase 1% comparado ao ano anterior. A concentração de CO₂ na atmosfera, além de estar crescendo, está avançando em um ritmo cada vez mais acelerado, destacou o especialista.

De acordo com o especialista, outras consequências graves podem surgir muito antes de se atingir esses limites. “Se observamos um aumento, mesmo que temporário, entre 1,7 °C e 2,3 °C, podemos testemunhar um colapso brusco das camadas de gelo do Ártico. Isso provoca uma desaceleração significativa na Circulação Meridional do Atlântico, elemento fundamental para o nosso clima. Nos próximos 20 ou 30 anos, isso poderia resultar em uma elevação do nível do mar na ordem de vários metros, com consequências desastrosas.”

O cientista também mencionou a importância de reconhecer outras fontes do aquecimento global, como a emissão de metano, um gás cujo potencial de dano é 83 vezes maior que o do dióxido de carbono, liberado principalmente na exploração de gás natural. Montgomery enfatizou que ações urgentes para reduzir a poluição são fundamentais não apenas para o meio ambiente, mas também para a economia global, que pode sofrer um declínio de 20% ao ano ou uma perda de 38 trilhões de dólares a partir de 2049, como reflexo dos impactos das mudanças climáticas.

Sobrevoo sobre inundação em Sena Madureira, Acre
Sobrevoo em Sena Madureira, Acre, mostrando os impactos das mudanças climáticas na área. Foto: © Alexandre Noronha | Greenpeace

Montgomery alertou sobre a necessidade de considerar políticas de adaptação às mudanças climáticas, uma vez que já impactam a saúde da população. Contudo, ele observou que essas abordagens não devem prejudicar a implementação de uma redução drástica e imediata nas emissões de gases, uma vez que isso seria equivalente a tratar apenas os sintomas sem buscar a cura definitiva.

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