Motoristas de ônibus de São Paulo cogitam paralisação

Motoristas de ônibus ameaçam greve em São Paulo

Motoristas de ônibus ameaçam greve em São Paulo

No dia 1º de dezembro, os motoristas e cobradores de ônibus da cidade de São Paulo estão programando uma greve como forma de protesto contra o cancelamento do resultado das eleições do SindMotoristas (sindicato dos motoristas e trabalhadores dos ônibus de São Paulo) pela Justiça.

Foto: Divulgação/SindMotoristas

A paralisação tem como objetivo reivindicar o respeito ao estatuto da entidade e à Constituição Federal, uma vez que a suspensão do resultado das eleições foi considerada uma violação a essas leis.

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) agendou e cancelou duas audiências de conciliação referentes ao processo que trata da suspensão das eleições, conforme relatado pelo sindicato.

O cancelamento ocorreu após um pedido apresentado por uma das chapas concorrentes, o Grupo Oposição e Luta, que é contrário à atual direção do sindicato. Após a apuração dos votos, a chapa 4 – Resgate Raiz, representante da atual diretoria do sindicato, foi declarada vencedora com cerca de 14 mil dos 20 mil votos.

Durante o processo eleitoral, três das quatro chapas envolvidas solicitaram o adiamento da votação por três meses, além da substituição das cédulas de papel por urnas eletrônicas. Por outro lado, a chapa 4 destacou que o estatuto prevê que as eleições sejam realizadas com cédulas impressas.

Segundo a Folha de S. Paulo, embora o adiamento tenha sido aprovado em uma reunião da categoria, uma decisão da Justiça do Trabalho anulou a assembleia e manteve a eleição. Diante dessa situação, uma das chapas solicitou uma liminar para suspender a votação.

O cancelamento da eleição foi confirmado em segunda instância pelo tribunal, que impôs uma multa de R$ 50 mil para cada membro da comissão eleitoral e para o candidato que liderava a chapa 4, Edivaldo Santiago da Silv.

O sindicato argumenta que a autonomia sindical não está sendo respeitada, justificando assim a greve marcada para esta sexta-feira. Além do fechamento de terminais durante as eleições, o processo foi marcado por um ataque a tiros, roubo de urnas e forte aparato policial durante a apuração.

As eleições do SindMotoristas têm sido tumultuadas nos últimos anos. Em 2013, no primeiro pleito em que Valdevan Noventa foi eleito, houve um tiroteio que deixou oito pessoas feridas em frente à sede do sindicato. O episódio ocorreu após uma paralisação de ônibus no mesmo dia.

Em 2018, a contagem de votos ocorreu dentro do 11º Batalhão da PM, localizado a um quarteirão de distância da sede do sindicato. Naquela ocasião, Valdevan Noventa também foi eleito como líder sindical.

Ameaça de greve preocupa população e autoridades

A ameaça de greve dos motoristas e cobradores de ônibus em São Paulo preocupa a população e as autoridades responsáveis pelo transporte público na cidade. Caso a greve se concretize, milhares de pessoas ficarão sem o serviço de transporte essencial.

A situação é ainda mais delicada em meio à pandemia da COVID-19, em que é fundamental evitar aglomerações para conter a propagação do vírus. Muitas pessoas dependem do transporte coletivo para chegar ao trabalho, consultas médicas, fazer compras e outras necessidades diárias.

Além das dificuldades enfrentadas pela população, uma greve também pode gerar congestionamentos e caos no trânsito da cidade, afetando não apenas quem utiliza ônibus, mas também motoristas particulares e motociclistas.

Soluções para a crise sindical

Diante do impasse entre as chapas e do cancelamento das eleições, é necessário buscar soluções para a crise sindical enfrentada pelo SindMotoristas em São Paulo.

Uma possível alternativa seria a realização de uma nova eleição, respeitando todas as regras do estatuto e garantindo a participação das quatro chapas concorrentes. Dessa forma, seria possível alcançar uma maior legitimidade do processo eleitoral e garantir que todos os interesses sejam representados.

Além disso, é importante que a Justiça acompanhe de perto o caso e tome as medidas necessárias para garantir a segurança e a transparência das eleições sindicais. A violência e as irregularidades que têm ocorrido nos últimos pleitos não podem ser toleradas.

É fundamental que os motoristas e cobradores de ônibus tenham seus direitos garantidos e que as decisões que afetam a categoria sejam tomadas de forma democrática e transparente. Somente assim será possível alcançar um ambiente de trabalho justo e respeitoso para todos.

Conclusão

A ameaça de greve dos motoristas e cobradores de ônibus em São Paulo é uma manifestação legítima de uma categoria que se sente prejudicada pelo cancelamento das eleições sindicais. É necessário buscar soluções para a crise enfrentada pelo SindMotoristas, garantindo a participação de todas as chapas concorrentes e respeitando as regras do estatuto.

Além disso, é essencial que a Justiça acompanhe o caso de perto, tomando as medidas necessárias para garantir a segurança e a transparência das eleições. A violência e as irregularidades que têm ocorrido nos últimos pleitos não podem se repetir.

A população de São Paulo espera que o impasse seja resolvido de forma rápida e que o transporte coletivo volte a funcionar normalmente, garantindo o direito de locomoção de todos os cidadãos.

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Foto de Bruno Rodrigo Souza

Bruno Rodrigo Souza

Bruno é Fundador e Editor no Guia Região dos Lagos

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