O ônibus mantém-se como o meio de transporte predominante para grande parte da população brasileira nas áreas urbanas, com cerca de 30% dos habitantes utilizando esse serviço, conforme revela a Pesquisa CNT de Mobilidade da População Urbana, realizada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). Já o transporte individual, através de automóveis, alcançou uma marca similar, respondendo por 29% do total de deslocamentos. Entre os anos de 2017 e 2024, observou-se um aumento no uso de veículos particulares, enquanto o uso de transporte público apresentou uma queda. Com a expansão contínua das cidades, torna-se essencial reconsiderar o planejamento urbano, a fim de favorecer alternativas de transporte mais sustentáveis.
Além do aumento de automóveis, houve uma elevação significativa na utilização de serviços de transporte por aplicativos. A escolha crescente por veículos privados reflete a busca por conforto, flexibilidade e uma redução no tempo gasto nas deslocações. Embora o automóvel se apresente como a alternativa predominante, não é a única disponível. A mesma pesquisa da CNT também aponta que entre os principais modais de locomoção, destacam-se o deslocamento a pé, além de motos e bicicletas, que podem contribuir de forma mais benéfica tanto para o meio ambiente quanto para a saúde dos indivíduos.
Benefícios da Caminhada
Caminhar não envolve custos, não necessita de academia ou equipamentos específicos, e praticamente não provoca impacto ambiental. Essa prática é, de fato, uma das maneiras mais sustentáveis, saudáveis e sociais de se deslocar. O Project Drawdown, que busca soluções para enfrentar a crise climática, estima que, caso 5% das viagens de carro fossem feitas a pé, poderiam ser evitadas a emissão de 2,9 gigatoneladas de CO2 até 2050.
Os benefícios de saúde associados à caminhada são vastos; esse exercício simples pode prevenir até cinco milhões de mortes anuais ao redor do mundo, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), caso mais pessoas se tornem fisicamente ativas.
Conforme indicado pelo Instituto de Ortopedia e Saúde, caminhar contribui para o fortalecimento da função cardiovascular, melhora o condicionamento físico, auxilia no emagrecimento, e reduz indicadores como a pressão arterial e os níveis de colesterol. Além disso, diminui o risco de doenças como diabetes e estresse, especialmente em idosos, onde um aumento de 500 passos por dia já se mostra benéfico na diminuição do risco de problemas cardíacos e derrames.
A prática de caminhar em áreas arborizadas e em ruas tranquilas também pode impactar positivamente a saúde mental. Tomar tempo para observar os detalhes do cotidiano pode proporcionar uma pausa na agitação da vida moderna, resultando em benefícios significativos.
Uso da Bicicleta
A bicicleta é uma alternativa versátil que pode ser utilizada para passeios, deslocamentos diários e até em aventuras nos finais de semana. Pedalar promove saúde e representa uma opção sustentável, uma vez que não produz emissões poluentes, além de ajudar na redução do tráfego de automóveis nas cidades. Assim como caminhar, andar de bicicleta facilita o contato com a natureza e favorece a interação com a comunidade.
O período da pandemia trouxe um aumento significativo na popularidade das bicicletas nas cidades brasileiras. Em 2020, as vendas de bicicletas cresceram em média 50% em relação ao ano anterior, conforme levantamento da Aliança Bike. Durante o pico das vendas, esse percentual atingiu até 118%. As bicicletas não apenas ajudaram a manter as regras de distanciamento social, mas também proporcionaram uma forma de aliviar o estresse durante tempos incertos.
Mesmo após o fim do período crítico da pandemia, a perspectiva é otimista para 2024. Segundo a Aliança Bike, o consumo de bicicletas com maior valor agregado, como as elétricas, está em ascensão. Este tipo de bicicleta, em particular, se revelou uma excelente opção para quem precisa percorrer longas distâncias, considerando que o cansaço e as temperaturas elevadas podem ser barreiras para muitos ciclistas.
O uso da bicicleta contribui para a diminuição do trânsito, redução da poluição atmosférica e evita possíveis aglomerações nos transportes públicos durante horários de pico. Adicionalmente, apresenta benefícios como a eliminação de preocupações com estacionamento e economia significativa, já que elimina os gastos com combustível, impostos e diminui os custos com seguro e manutenção.
Motocicletas e Micromobilidade
Ao comparar dados de 2024 com os de 2017, a pesquisa da CNT revela que o uso de motos no Brasil dobrou. A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) também observa um crescimento de 21% nas vendas de motos novas apenas no primeiro trimestre de 2024. Contudo, as motos elétricas ainda não seguem a mesma tendência de crescimento, embora sejam boas alternativas para deslocamentos urbanos, pois não provocam impactos ambientais graves e ainda oferecem economia.
O custo de manutenção de motocicletas elétricas é consideravelmente inferior, uma vez que elas possuem menos componentes (como motor e sistema de escapamento) em seu funcionamento. Além disso, o uso de energia elétrica apresenta um custo por quilometragem que é vantajoso em relação ao combustível. Para quem deseja visualizar melhor essas diferenças, é possível utilizar uma calculadora que compara os gastos de motos elétricas com as convencionais.
Além disso, a presença de modelos de motos elétrica com baterias portáteis, que podem ser carregadas em tomadas comuns, facilita ainda mais a rotina urbana, já que a recarga pode ser feita em qualquer lugar.
Como outros veículos elétricos, as motos não produzem gases poluentes e são silenciosas. Essas são duas vantagens significativas em relação aos carros a combustão. Além do mais, ter modelos elétricos com baterias intercambiáveis pode incentivar a reciclagem. De acordo com a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), as baterias de lítio são 100% recicláveis, minimizando os riscos ao meio ambiente.
Além dos modais de transporte tradicionais, novas soluções de micromobilidade estão conquistando os moradores das metrópoles, oferecendo alternativas rápidas, acessíveis e agradáveis. Veículos como monociclos, skates, patinetes elétricos e bicicletas compartilhadas são exemplos de mobilidade sustentável. Esses modos de transporte, que tipicamente operam a velocidades limitadas (em geral, até 25 km/h), são ideais para infiltrações urbanas e deslocamentos curtos de até 10 km.
Estes veículos proporcionam uma liberdade para explorar cidades e oferecem deslocamentos convenientes e econômicos. Através do uso combinado com outros meios de transporte, essas opções podem beneficiar não apenas os usuários, mas também o ambiente urbano em sua totalidade. O desenvolvimento de infraestruturas adequadas e rotas conectadas para esses veículos leves em áreas urbanas possibilita a criação de cidades mais seguras e saudáveis.
Semana da Mobilidade
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