Maricá: Prefeitura promove roda de conversa sobre Transversidade
A Prefeitura de Maricá, no Rio de Janeiro, organizou nesta quinta-feira (25) uma roda de conversa sobre Transversidade. O evento contou com a participação de pessoas trans de várias gerações, que compartilharam suas histórias de vida, lutas, descobertas e direitos como cidadãos. A iniciativa foi realizada pelo Núcleo LGBTQIA+ em parceria com o programa estadual Rio Sem LGBTIfobia, antecipando as comemorações do Dia da Visibilidade Trans, celebrado em 29 de janeiro.
O encontro reuniu pessoas de diferentes idades no auditório do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM), onde ouviram relatos de jovens e adultos trans. Independentemente da idade, as histórias se repetiam, marcadas por episódios de ódio e falta de aceitação por parte da sociedade. Iracema Miranda, coordenadora do Núcleo LGBTQIA+ da Secretaria Municipal, ressaltou que a idade média de vida da população trans é de 35 anos, devido à violência sofrida por essa comunidade. De acordo com dados da Associação Nacional de Travestis e Transsexuais, o Brasil é o país com o maior número de assassinatos desse grupo.
“A sociedade precisa entender que essas pessoas existem e têm direito à educação, à saúde e aos benefícios do governo. As pessoas trans são vítimas de violência cruel, como espancamentos e esquartejamentos, simplesmente porque muitos têm ódio. Eles não querem que essa população exista, mas ela existe”, enfatizou Iracema.
Bárbara Piergrossi, coordenadora do Centro de Cidadania LGBT do Programa Rio Sem LGBTIFobia, destacou que o objetivo do evento foi promover o diálogo e esclarecer dúvidas. “Reunimos três gerações de pessoas trans para conversarem e usarem esse espaço para tirar dúvidas. É fundamental que a sociedade compreenda que nós temos direitos, assim como qualquer pessoa”, afirmou Bárbara.
Víctor Ribeiro, de 36 anos, que trabalha na Secretaria de Cultura, ressaltou a importância de ouvir os relatos daqueles que vivenciam a discriminação diariamente e destacou a importância da empatia por parte da sociedade. “Queremos que cada pessoa ocupe seu lugar na sociedade, sem ser discriminada ou julgada. Precisamos ouvir essas pessoas e compreender o que elas enfrentam no dia a dia. É preciso calçar os sapatos do outro antes de dar nosso próprio passo”, declarou Víctor.
A iniciativa da Prefeitura de Maricá em promover a roda de conversa sobre Transversidade demonstra o compromisso com a inclusão e o respeito à diversidade. Ao estimular o diálogo e trazer visibilidade para a realidade das pessoas trans, o município busca combater a discriminação e garantir que todos os cidadãos tenham acesso a seus direitos fundamentais.
Confira abaixo as imagens do evento:
Através de eventos como esse, Maricá reafirma seu compromisso com a diversidade e o respeito aos direitos de todas as pessoas. A luta pela inclusão e pela igualdade de gênero deve ser uma prioridade em nossa sociedade, para que todas as pessoas possam viver com dignidade e respeito, sem sofrer discriminação ou violência.
