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Abelhas em Maricá: Potencial produtivo de mel e própolis
No coração da Farmácia Viva, um verdadeiro oásis de ervas medicinais localizado no projeto Farmacopeia Mari’ká, milhares de abelhas africanizadas, que desempenham um papel vital na polinização de diversas espécies vegetais, estão trabalhando arduamente. Além da polinização, essas abelhas estão agora contribuindo para a produção de dois importantes fitoterápicos: o mel e o própolis, ambos conhecidos por suas propriedades curativas e pelo sabor característico da região de Maricá. Para surpresa de todos, a primeira produção das abelhas resultou em cerca de 60 Kg de mel.
O Farmacopeia Mari’ká é uma iniciativa da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar), em colaboração com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). O projeto está sendo realizado na Fazenda Nossa Senhora do Amparo e tem como objetivo inserir Maricá no setor farmacêutico, atraindo empresas do ramo de medicamentos e cosméticos, ao mesmo tempo em que oferece opções de cultivos mais lucrativos para os agricultores da região.
De acordo com Guaraci Cordeiro, professor da UFRRJ envolvido no projeto, “o mel é composto por frutose, um açúcar considerado mais saudável, além de ser rico em antioxidantes que ajudam a prevenir o envelhecimento. Este alimento é também uma excelente fonte de energia, além de conter sais minerais e vitaminas. Já o própolis destaca-se por sua composição de flavonoides com ações bactericidas, fungicidas e antivirais, além de apresentar propriedades anticancerígenas comprovadas”.
O mel produzido na primeira coleta foi obtido a partir das floradas de árvores como Cambará, Maricá e Sabiá, com a predominância desta última. Agora, o ciclo de floradas se aproxima das aroeiras, árvores comumente encontradas na cidade, que certamente trarão novas características ao mel produzido.
Heitor Soares, um aluno da UFRRJ que participa do projeto, comenta sobre a influência das floradas no mel: “A florada afeta principalmente a cor e o sabor do mel. A amostra de Maricá ainda passará por análises laboratoriais, mas pela minha experiência como produtor no estado do Rio, posso dizer que o sabor do cambará está bem presente no produto”.
A primeira colheita do mel foi bastante significativa, alcançando uma produção notável. Desde novembro, as cinco colmeias de abelhas africanizadas resultaram em aproximadamente 60 Kg de mel. Nesse primeiro momento do experimento, o foco está voltado para a produção de mel, enquanto os estudos para a produção de própolis irão começar em breve.
Para Guaraci, o própolis é um subproduto que tem muito valor: “As abelhas produzem própolis utilizando a resina das árvores para vedar e desinfetar suas colmeias. Essa resina é a chave das propriedades medicinais que podemos explorar”. Ele também destaca que a meliponicultura, a prática que envolve abelhas sem ferrão, difere da apicultura, que lida com abelhas que possuem ferrão.
O manejo das abelhas é uma alternativa viável para as propriedades rurais da região de Maricá, a maioria das quais é composta por chácaras e pequenos sítios. As colmeias podem ser instaladas em áreas menores, sendo que as abelhas precisam buscar seu alimento em um raio de aproximadamente 1,5 Km, o que facilita a adaptação a espaços limitados.
Para operar nesse segmento, os investimentos iniciais podem girar em torno de R$ 10 mil, incluindo equipamentos essenciais como colmeias, uma mesa desoperculadora, uma centrífuga de mel (elétrica ou manual) e um decantador. “O processo de extração do mel envolve a retirada da membrana que as abelhas utilizam para fechar os favos, conhecido como desoperculação. Depois, os quadros são colocados na centrífuga que extrai o mel, que é peneirado e, em seguida, decantado por dois dias para separar as bolhas de ar e qualquer resíduo de cera que tenha passado pela peneira”, finaliza Guaraci.












Fonte da Notícia: Guia Região dos Lagos
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