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Apresentadora é alvo de ataques racistas e ameaças nas redes sociais
A apresentadora Luciana Barreto, que tem 48 anos e é encarregada do telejornal Repórter Brasil Tarde na TV Brasil, tomou a iniciativa de formalizar uma denúncia junto à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), localizada no Rio de Janeiro. Essa medida foi tomada após a profissional ser alvo de ataques racistas e ameaças por meio das redes sociais, tanto nos perfis da emissora quanto em suas contas pessoais. Os depoimentos e as provas pertinentes a esses ataques foram enviados à delegacia na tarde da última sexta-feira (28).
Os autores dos ataques enfrentam a possibilidade de serem responsabilizados legalmente, tanto na esfera civil, em virtude de danos morais, quanto na criminal, por racismo e injúria racial. A jornalista, cuja pesquisa já se dedica ao estudo do discurso de ódio nas plataformas digitais, mencionou que este tema é o foco do seu trabalho acadêmico, e que inclusive possui um livro sobre a questão.
“Este é meu foco de pesquisa. Saí do âmbito da análise e estudo para uma fase igualmente crucial, a denuncia. Nem todos estão dispostos a aprender sobre letramento racial; para estes, precisa haver o rigor da lei”, destacou Luciana, enfatizando a urgência de usuários e figuras públicas que se sentem agredidos a buscarem seus direitos.
Além da ação particular da jornalista, os responsáveis pelos ataques poderão ser processados através das iniciativas legais já estabelecidas pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC). O advogado de Luciana, Fabiano Machado da Rosa, considerou essencial a decisão de registrar a queixa à polícia. “O cenário não muda porque a maioria das pessoas não denuncia. Entretanto, figuras públicas estão se mobilizando para reivindicar seus direitos”, explicou.
Luciana Barreto é uma referência no campo dos estudos étnico-raciais e é autora do livro intitulado *Discursos de ódio contra negros nas redes sociais*, publicado pela editora Pallas em 2023. Ela também é mestre em relações étnico-raciais e, ao longo de sua carreira, recebeu diversos prêmios, sendo amplamente reconhecida como uma Mulher Inspiradora pela Think Olga durante mais de uma década.
Os ataques racistas dirigidos a Luciana o tornaram foco de debate e chamaram a atenção para uma questão que afeta muitos brasileiros, particularmente aqueles que, como ela, estão na linha de frente da comunicação. A prática de violência verbal, infelizmente, permanece um tema recorrente nas interações digitais, onde a impunidade e o anonimato frequentemente permitem que os agressores continuem agindo sem consequências.
Além disso, essa situação desperta a necessidade de um diálogo mais amplo sobre educação e conscientização, abordando temas como racismo, diversidade e respeito nas redes sociais. A luta de Luciana é parte de um movimento maior que visa não apenas a sua defesa, mas também a proteção de todos os que enfrentam discriminação e violência por motivos raciais.
Com isso, ações de denúncia como a dela servem como um apelo à sociedade para que tome uma posição contra o racismo e outras formas de discriminação que persistem em nosso cotidiano, galvanizando apoio e solidariedade. A expectativa é que casos como o dela gerem reflexões e um engajamento ativo para promover a mudança que a sociedade tanto necessita.
Finalmente, a determinação de Luciana Barreto em buscar a justiça se transforma em um exemplo para muitos que enfrentam situações semelhantes. Com sua coragem e determinação, ela não apenas vislumbra a possibilidade de mudança para si mesma, mas também para as futuras gerações, a fim de garantir que ninguém tenha que enfrentar os desafios da discriminação racial em silêncio.
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