Cabo Frio: Novas revelações sobre irregularidades em obras do Dormitório das Garças
Uma bomba explodiu em Cabo Frio na noite de quarta-feira (5), com a divulgação de uma reportagem sobre supostos desvios de dinheiro nas obras e revitalização do Dormitório das Garças, parque ambiental localizado no Porto do Carro há 16 anos. Segundo documentos obtidos, quase metade do orçamento destinado ao projeto, que totaliza R$ 1.629.208, foi direcionado para a consultoria do Instituto Ecovida. As denúncias também apontam para uma possível conivência entre a empresa e a prefeitura na época.
Para que o projeto milionário fosse executado em 29 de dezembro de 2023, foi necessária a autorização da prefeitura de Cabo Frio. No entanto, novas provas indicam que o valor total já teria sido pago, mas o documento que autoriza o início das obras só foi assinado em 1º de abril deste ano. Além disso, o documento apresenta como responsável técnica Roberta Fernandes Parreira, filha de Rosalice Fernandes, ex-secretária do Meio Ambiente de Cabo Frio, e de Matheus Aragutti Mônica, então secretário municipal de Planejamento. O correto seria que a documentação fosse assinada por Rosalice e pela prefeita Magdala Furtado.
Outra irregularidade apontada pelos documentos é que, embora o projeto deveria ter iniciado em dezembro de 2023, as notas fiscais relacionadas às obras só foram lançadas nessa data, não havendo registros anteriores. Além disso, o documento não apresenta assinatura de fiscalização. A situação se torna ainda mais questionável quando se descobre que Roberta Fernandes Parreira é a gerente-geral de projetos do Instituto Ecovida desde 2021 e que sua mãe, Rosalice, assumiu a coordenação do instituto imediatamente após ser exonerada da Secretaria do Meio Ambiente de Cabo Frio.
As denúncias não param por aí. Em 2017, Rosalice foi citada em um processo de “enriquecimento sem causa”, onde uma empresa de construção de Volta Redonda processou um instituto onde a filha da ex-secretária atuava. No processo, Roberta também aparece como recorrente. Vale ressaltar que um processo por “enriquecimento sem causa” tem como objetivo a restituição do patrimônio de alguém que foi empobrecido por meio de um enriquecimento injustificado.
Em outro processo de 2017, Rosalice é novamente citada, desta vez por outra empresa, também relacionada a supostos enriquecimentos ilícitos envolvendo o mesmo instituto. Ambos os processos estão ativos e podem ser acessados no site do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
O Portal entrou em contato com os envolvidos para obter esclarecimentos sobre as denúncias, mas não obteve resposta até o momento. O espaço continua aberto para pronunciamentos e esclarecimentos.
Essas novas revelações sobre as irregularidades nas obras do Dormitório das Garças em Cabo Frio têm gerado grande repercussão na cidade. A população aguarda por respostas e medidas concretas para punir os responsáveis, garantindo a transparência e o correto uso dos recursos públicos. O caso levanta questionamentos sobre a gestão pública e a fiscalização dos projetos, destacando a importância do combate à corrupção e da busca por soluções sustentáveis e inovadoras para o desenvolvimento da região.