Entrevista com Avatar de Jovem Morto em Massacre nos EUA Gera Debate sobre Ética do Uso de Inteligência Artificial
Um vídeo no YouTube em que o jornalista Jim Acosta conversa com um avatar digital de Joaquin Oliver, um jovem morto no massacre em Parkland, Flórida, em 2018, tem gerado grande repercussão. O avatar, criado usando inteligência artificial, reproduz tanto a aparência quanto a voz do adolescente a partir de uma foto antiga fornecida por seus pais. O objetivo declarado da entrevista era homenagear Joaquin, que completaria 25 anos.
Reações Mistas à Entrevista com Avatar
A iniciativa tem recebido reações variadas. Enquanto alguns elogiam a inovação e a homenagem à vítima, outros levantam preocupações éticas significativas acerca da recriação digital de pessoas falecidas. Na entrevista, Acosta inicia sua conversa apresentando Joaquin como se fosse um convidado ao vivo, perguntando: “O que aconteceu com você?”.
O avatar responde que foi vítima de violência armada na escola e ressalta a importância de debater o tema para assegurar um futuro mais seguro. Em um momento da conversa, quando questionado sobre possíveis soluções contra a violência armada, a versão digital sugere um conjunto de medidas: leis de controle de armas mais rígidas, apoio à saúde mental e engajamento comunitário.
Utilização de Inteligência Artificial em Contextos Póstumos
Segundo Acosta, a proposta de realizar a entrevista partiu da família de Joaquin, na esperança de trazer à tona questões urgentes sobre segurança pública. Diante das críticas, Manuel Oliver, pai de Joaquin, usou sua conta no Twitter para defender a iniciativa. “Em vez de direcionar sua raiva à inteligência artificial, você deveria estar furioso com a epidemia de violência armada nos Estados Unidos”, afirmou.
A controvérsia não se limita a esse episódio. O uso da inteligência artificial para recriar indivíduos falecidos tem ganhado espaço em diferentes contextos. Nos Estados Unidos, um caso semelhante ocorreu em um julgamento, onde a vítima “conversou” com seu assassino por meio de um avatar. No Brasil, a recriação digital da cantora Elis Regina para uma campanha publicitária gerou igualmente ampla discussão.
Tecnologia do Luto
Esse crescente uso de tecnologia para “trazer de volta” indivíduos falecidos é conhecido como “grief tech” (tecnologia do luto). Empresas dessa área têm desenvolvido “clones digitais” que proporcionam a oportunidade de interagir com versões virtuais de parentes já mortos.
O debate em torno dessas práticas envolve questões de ordem ética e emocional, levantando dúvidas sobre os limites do uso de inteligência artificial em experiências humanas tão profundas e sensíveis.
Fonte da Notícia: [Guia Região dos Lagos](https://g1.globo.com/inovacao/noticia/2025/08/06/jornalista-entrevista-clone-de-ia-de-jovem-morto-em-massacre-nos-eua-e-gera-criticas.ghtml)







