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Itaquaquecetuba ganha jardins saborosos e criativos para todos desfrutarem!

Jardins Comestíveis

Intervenção artística transforma o Parque Ecológico de Itaquaquecetuba

Utilizando a natureza como veículo de expressão, o artista Jean Paul Ganem tem se destacado por seu trabalho na transformação de áreas degradadas em verdadeiras obras de arte que promovem a regeneração ambiental. Recentemente, sua mais nova intervenção foi inaugurada no Parque Ecológico Mario do Canto, localizado no município de Itaquaquecetuba, São Paulo.

Um estudo realizado pelo Instituto Escolhas revela que, na região metropolitana de São Paulo, aproximadamente 60 mil hectares poderiam ser utilizados para o cultivo de verduras e legumes. Essa área é capaz de alimentar até 20 milhões de pessoas anualmente, representando praticamente toda a população da Grande São Paulo. Por conta disso, desde o ano de 2021, a organização não governamental Dia da Terra Brasil tem promovido a agricultura urbana através do seu projeto chamado Jardins Comestíveis.

A proposta visa combinar arte com segurança alimentar, capacitação profissional e geração de renda. Em Itaquaquecetuba, a intervenção ocupa um espaço de 1.200 metros quadrados e conta com 100 espécies diferentes de plantas, das quais a maioria é comestível — 50 delas irão formar hortas que futuramente se transformarão em uma floresta produtiva. O design da plantação é inspirado na forma de uma árvore.

Intervenção artística Jardins Comestíveis em Itaquaquecetuba
Foto: Dia da Terra Brasil

Jean Paul Ganem, artista de origem franco-tunisiana, já havia realizado obras semelhantes no passado, mas esta se destaca por integrar princípios agroflorestais focados na produção de alimentos. O projeto contou com a colaboração do agroflorestor e educador ambiental Iuri Timoner. O modelo de agrofloresta adotado é uma prática que integra produção de alimentos com a recuperação de áreas degradadas, gerando benefícios tanto econômicos quanto ecológicos.

“Mais do que um simples jardim, estamos criando um espaço vivo que promove a aprendizagem, saúde, beleza e pertencimento. Essa intervenção encapsula a essência do Dia da Terra Brasil: regenerar não apenas o solo, mas também os laços entre as pessoas, a natureza e os territórios”, declarou Mozart Mesquita, diretor executivo da ONG responsável pelo projeto.

Jardins Comestíveis com participação de alunos
Foto: Dayane Oliveira

Dentre as práticas sustentáveis incorporadas ao projeto, destaca-se a reutilização de 30 metros cúbicos de material orgânico triturado, que seria descartado em aterros. Este material foi transformado em solo fértil e impulsionou o cultivo de diversas espécies no Jardins Comestíveis.

Horta com uso de material orgânico
Foto: Matheus Cruz

Desenvolvimento e simbologia da intervenção

O projeto é constituído por árvores nativas, ervas medicinais e uma variada quantidade de alimentos, todos elementos que compõem a intervenção artística. Simbolicamente inaugurada no último dia 22, em datas que marcam o Dia da Terra, a obra está situada dentro e ao redor da EMEB Vereador Augusto dos Santos, refletindo claramente a interação com a educação. “A árvore representa um símbolo poderoso, fonte de vida. A raiz está próxima à escola, o que me fez pensar sobre a importância de educar nossas crianças para que desenvolvam um relacionamento saudável com a natureza”, declarou Jean Paul Ganem.

Inauguração do projeto Jardim Comestível
Foto: Matheus Cruz

O programa foi idealizado pela ONG Dia da Terra em parceria com o artista Jean Paul Ganem e conta com o patrocínio da EDP, empresa distribuidora de energia elétrica na região. A realização é promovida pela Brazimage e pelo governo estadual, através da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, além do apoio da Prefeitura de Itaquaquecetuba, por meio das secretarias de Meio Ambiente e Educação.

Jardins Comestíveis e a comunidade
Foto: Matheus Cruz

Dominic Schmal, diretor ESG da EDP na América do Sul, ressaltou: “A EDP está comprometida em promover ações práticas que gerem um impacto positivo nas regiões em que atua e acredita no poder das parcerias para transformar realidades, como é o caso deste projeto que combina sustentabilidade, educação e inclusão social”.

Capacitação e inclusão social

Ao longo da execução do projeto, a iniciativa vem se dedicando à capacitação gratuita da comunidade local. Em uma das etapas, moradores participantes tiveram a oportunidade de se inscrever em um curso sobre agrofloresta voltado para a geração de renda, além de atuar na criação da obra artística. Uma outra formação em andamento é voltada para a ecogastronomia, com o objetivo de ensinar técnicas de manuseio, conservação e preparo de pratos utilizando alimentos da horta, promovendo assim uma alimentação saudável e a autossuficiência alimentar. Esse curso é financiado pelo Instituto Bia Rabinovich e oferece certificado, caderno de receitas e uma mini horta ao final das aulas.

Capacitação da comunidade para cultivo
Foto: Matheus Cruz

Além disso, o projeto busca abrir portas para novas políticas públicas que promovam os benefícios das hortas urbanas à saúde e à qualidade de vida da população. Entre os meses de junho e agosto, estão programadas oficinas sobre cultivo de hortas caseiras, uso de ervas medicinais e compostagem, com foco nos estudantes do ensino fundamental e jovens de 18 a 25 anos.

Oficinas de cultivo na horta
Foto: Matheus Cruz

O prefeito de Itaquaquecetuba, Eduardo Boigues, convidou a população a visitar e interagir com a obra, enfatizando a importância do Jardins Comestíveis para a cidade e os benefícios que trouxe. “Estamos ansiosos para que todos conheçam este espaço incrível, que se tornará um ponto de educação e bem-estar para as famílias”, conclui o prefeito, destacando que a abertura ao público está programada para o dia 29 de abril.

Reinauguração da Horta Mandala

Em uma ação paralela, na semana anterior, a Prefeitura de Itaquaquecetuba reinaugurou a Horta Mandala da Escola Municipal Ambiental (EMA) Nelson Barreto da Silva, também situada dentro do Parque Ecológico Mário do Canto. Entre as hortaliças cultivadas no espaço, estão rúcula, couve, alface roxa, entre outros.

A iniciativa, promovida pela Secretaria de Educação, visa proporcionar educação ambiental aos estudantes através do cultivo de alimentos. A Horta Mandala, com um design circular, otimiza o uso da água, diversifica os plantios e permite uma melhor gestão do espaço, além de fomentar a colaboração entre os alunos, aproximando-os da natureza em um ambiente urbano.

A colheita desse espaço será dividida, onde parte dos alimentos será entregue às crianças para que compartilhem com suas famílias e outra parte será incorporada nas refeições escolares, beneficiando a merenda dos alunos.

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