Trump Pressiona Apple a Transferir Produção de iPhones para os EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que caso a Apple não relocalize a fabricação de iPhones para o território norte-americano, será imposta uma tarifa de importação de 25% sobre esses produtos. Essa estratégia, no entanto, pode elevar os preços dos aparelhos de forma significativa.
De acordo com o Bank of America, a mudança só nos custos trabalhistas nos Estados Unidos já aumentaria em 25% o custo de produção dos dispositivos. Além disso, ainda seria necessário importar componentes utilizados na fabricação do iPhone da China por um período considerável.
Análise de Mercado e Impactos Econômicos
Dan Ives, analista da Wedbush Securities, comentou em uma postagem recente que a realocação de 10% da cadeia de suprimentos asiática da Apple para os Estados Unidos seria um processo que demandaria cerca de três anos e poderia custar aproximadamente 30 bilhões de dólares, com significativas interrupções. Ele destaca a complexidade subestimada na tentativa de replicar a cadeia de suprimentos asiática dentro dos Estados Unidos, especialmente na produção de eletrônicos, chips, semicondutores, hardware e smartphones, um padrão seguido há três décadas.
O Bank of America também observou que fabricar o iPhone nos Estados Unidos poderia elevar o custo do aparelho em até 90%, conforme relatado em abril. Para Ives, essa mudança significaria um impacto tão drástico nos preços que seria difícil prever o resultado.
Tarifa se Estenderia para Outros Fabricantes
Neste contexto, Trump afirmou que a mesma política tarifária seria ampliada para cobrir produtos de outras fabricantes de smartphones, como a Samsung, para garantir equidade no mercado. Outras grandes empresas como Amazon e Walmart também estão sob o escrutínio da Casa Branca, numa tentativa de mitigar pressões inflacionárias causadas por tarifas de importação.
Implicações para a Apple
O CEO da Apple, Tim Cook, mencionou no início de maio que a empresa espera um impacto de 900 milhões de dólares em seus custos devido às novas tarifas. Apesar desse cenário, Cook mantém confiança no modelo de negócios da empresa. A Apple registrou uma receita de 24,78 bilhões de dólares nos primeiros três meses do ano, representando um crescimento de 4,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.
No início do anúncio das tarifas de 145% sobre produtos fabricados na China, houve uma corrida de consumidores norte-americanos às lojas para adquirir novos dispositivos, temendo que as tarifas futuras elevassem os preços. Este ano, a Apple divulgou planos de um investimento de 500 bilhões de dólares nos Estados Unidos e a contratação de 20 mil funcionários nos próximos quatro anos, sem, contudo, planejar a fabricação dos iPhones em solo americano.
Este contexto de pressões tarifárias e as consequências econômicas sobre o setor de tecnologia exemplificam os desafios enfrentados por empresas globais em meio a políticas comerciais protecionistas.