Grupos se juntam pelo direito à alimentação saudável para todos

Alimentação vegana e esporte

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Alimentação vegana e esporte
Foto: Maddi Bazzocco | Unsplash

Atualmente, aproximadamente 733 milhões de pessoas enfrentam a fome globally, enquanto 2,8 bilhões, ou mais de um terço da população mundial, não têm acesso a uma alimentação saudável. Embora o direito à alimentação esteja reconhecido internacionalmente, sua efetiva implementação permanece um desafio significativo.

O Dia Mundial da Alimentação, que ocorre em 16 de outubro, visa aumentar a conscientização sobre essas questões e mobilizar a sociedade civil, empresas, governos e instituições acadêmicas para enfrentá-las. Em 2024, a campanha terá como tema central o “Direito aos alimentos para um futuro e uma vida melhores”.

Desperdício de alimentos
A perda e o desperdício de alimentos geram entre 8% a 10% das emissões de gases de efeito estufa. | Foto: Thomas Gamstaetter | Unsplash

A campanha é uma colaboração entre a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Programa Mundial de Alimentos (WFP), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), entidades que atuam no Brasil com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento rural e a segurança alimentar.

Jorge Meza, representante da FAO no Brasil, ressalta a importância de garantir o acesso universal a alimentos que sejam nutritivos, seguros e sustentáveis. “Das mais de 6.000 espécies de plantas alimentares disponíveis, apenas 9 delas fornecem dois terços da nossa alimentação. É essencial que reformulemos nossos sistemas agroalimentares para que os nossos campos, redes de pesca, mercados e mesas ofereçam uma variedade de opções saudáveis, produzidas de modo a minimizar impactos ao meio ambiente e que sejam acessíveis”, afirmou.

Arnoud Hameleers, Diretor-País do FIDA no Brasil, enfatiza a relevância da transformação do ambiente rural como estratégia para alterar essa realidade. “Os investimentos, tanto públicos quanto privados, na agricultura familiar são fundamentais para combater a pobreza e a fome nas áreas rurais e expandir a oferta de alimentos nutritivos. Os pequenos produtores são responsáveis pela maior parte do que chega à mesa dos brasileiros e empregam três quartos da força de trabalho agrícola. Portanto, é crucial apoiar esses agricultores para aumentar sua resiliência e rendimento em um cenário de mudanças climáticas, ao mesmo tempo que promovemos práticas sustentáveis de produção. A agricultura familiar possui um papel vital na luta contra a fome e a pobreza no nosso país”, disse Hameleers.

Estudos do IICA indicam que 59 milhões de indivíduos vivem em situação de pobreza rural na América Latina e no Caribe, mesmo com a região gerando alimentos suficientes para alimentar aproximadamente 1,3 bilhão de pessoas, o que a posiciona como a maior exportadora líquida de alimentos do mundo.

Comida fresca
Foto: Sri Lanka | Unsplash

Gabriel Delgado, representante do IICA no Brasil, destaca que a inovação é crucial para transformar a produção alimentar de maneira sustentável. “Apoiar a agricultura familiar, investir em bioeconomia, fortalecer o mercado agrícola, especialmente para os pequenos produtores, e garantir a sustentabilidade é imprescindível. Não podemos abordar o direito à alimentação e a erradicação da fome sem focar nas necessidades de transformação nos sistemas alimentares e na criação de novas oportunidades econômicas no campo, garantindo que a agricultura seja sustentável e resistente às mudanças climáticas”, afirmou.

Nas áreas urbanas, um dos desafios enfrentados é a crescente tendência das novas gerações de dedicar menos tempo no preparo de refeições caseiras, resultando em um aumento no consumo de alimentos ultraprocessados. Muitas vezes, esses produtos são mais acessíveis e de fácil aquisição do que opções frescas e nutritivas. Esse padrão alimentar tem ocasionado problemas de saúde, como deficiências de micronutrientes e obesidade: aproximadamente 2,5 bilhões de adultos e 37 milhões de crianças menores de cinco anos são obesos atualmente.

Daniel Balaban, diretor do Centro de Excelência contra a Fome do WFP no Brasil, observa que a má nutrição não somente afeta a saúde e a qualidade de vida, mas também traz doenças que geram implicações sociais e econômicas para famílias, comunidades e governos. “É essencial fomentar a produção e a comercialização de alimentos mais nutritivos, além de fornecer aos consumidores informações claras e precisas sobre os produtos alimentares e opções saudáveis. Iniciativas como as de alimentação escolar são fundamentais para assegurar que as crianças recebam uma nutrição adequada e desenvolvam hábitos alimentares saudáveis que levarão para a vida adulta”, comenta Balaban.

Perspectivas no Brasil

No Brasil, a campanha do Dia Mundial da Alimentação conta com o suporte do governo federal por meio dos Ministérios do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar. Essa iniciativa reitera o compromisso do país em fortalecer a segurança alimentar, alinhando suas metas com a agenda das organizações internacionais em busca dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Feira de alimentos orgânicos
Feira de alimentos orgânicos. | Foto: Alexandre Nunis

Ao longo das últimas décadas, o Brasil tem se destacado internacionalmente em seus esforços para combater a fome. Programas como o Bolsa Família e Fome Zero tornaram-se exemplos a serem seguidos em outras partes do mundo, contribuindo para que o país se retirasse do Mapa da Fome em 2014, o que só ocorre quando a taxa de subalimentação é inferior a 2,5% em um período de três anos.

Horta urbana
Foto: Valdenir Daniel Cavalheiro | Copel

Entretanto, com a pandemia e a desarticulação desses programas, o Brasil voltou a integrar o Mapa da Fome em 2021, registrando uma taxa média de 4,2% de subalimentação entre 2020 e 2022. No entanto, a recente rearticulação da rede de proteção social tem refletido em uma queda nos índices de fome. Na média de 2021 a 2023, a subalimentação caiu para 3,9%. Se essa tendência continuar, espera-se que a porcentagem de pessoas em situação de fome retorne a níveis abaixo de 2,5% em breve.

O governo brasileiro demonstrou um forte compromisso com a segurança alimentar, o que é evidenciado pela criação do Plano Brasil Sem Fome e pela proposta, no âmbito da presidência do G20, de uma Aliança Global para Combater a Fome e a Pobreza, que será lançada em novembro no Rio de Janeiro.


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