Grande parte do ouro importado pela Europa vêm de regiões perigosas do Brasil

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Brasil exporta ouro ilegal para a União Europeia, revela estudo

Um estudo realizado pelo Instituto Escolhas revelou que a Alemanha, Itália e República Tcheca importaram 1,5 tonelada de ouro do Brasil em áreas de alto risco de ilegalidade. O Brasil é o 14º maior produtor de ouro do mundo e a União Europeia é um dos principais compradores do metal precioso.

O estudo, intitulado “Europe’s Risky Gold”, apontou que o ouro comprado pela União Europeia tem origem nos estados do Pará e do Amazonas, onde a extração ocorre por meio de garimpos, e do estado de São Paulo, que serve como ponto de escoamento do ouro das áreas de garimpo. Nessas regiões, há sérios indícios de ilegalidade na extração e no comércio do ouro, tornando difícil determinar sua origem lícita.

Segundo a diretora de pesquisa do Instituto Escolhas, Larissa Rodrigues, os esforços feitos pelo Brasil para coibir a extração ilegal de ouro precisam encontrar apoio também dos consumidores internacionais, especialmente da União Europeia. Ela destacou que, enquanto os países importadores continuarem comprando ouro de áreas de risco sem ter certeza de sua origem, estarão estimulando um mercado ilegal. Rodrigues ressalta que a responsabilidade de combater essa prática vai além das fronteiras brasileiras.

O estudo revelou que toda a quantidade de ouro importada pela Alemanha, que totalizou 1.289 quilos e foi avaliada em 78 milhões de dólares, está exposta ao risco de ilegalidade. Já no caso da Itália, 71% do ouro importado, equivalente a 254 quilos e no valor de 15 milhões de dólares, está em condição de risco.

De acordo com o estudo, é necessário que os importadores disponibilizem publicamente informações sobre as minas de origem de suas compras e sobre os nomes e localidades de seus fornecedores. Além disso, os países precisam adotar processos sólidos de diligência devida, independentemente do país de origem e do volume importado.

A falta de um sistema de rastreabilidade de origem é outro fator que dificulta o controle do ouro ilegal no Brasil. Uma vez que o ouro sai das áreas de extração, ele passa por muitos intermediários antes de chegar ao mercado externo, tornando ainda mais difícil rastrear sua procedência.

O estudo destaca a importância de ações para combater essa prática ilegal. É fundamental que a União Europeia se responsabilize por garantir que não está comprando ouro ilegal e que realmente se importa com essa questão. A transparência e a adoção de práticas rigorosas por parte dos importadores são essenciais para combater o comércio do ouro ilegal e preservar o meio ambiente.

É importante ressaltar que a extração ilegal de ouro gera impactos negativos significativos, tanto para as comunidades locais como para o meio ambiente. O garimpo ilegal contribui para o desmatamento, contaminação de rios e solos, conflitos sociais e trabalho escravo.

O estudo do Instituto Escolhas reforça a necessidade de ações conjuntas entre os países exportadores e importadores, bem como a implementação de processos transparentes e rigorosos para garantir que o ouro comercializado seja proveniente de fontes legítimas. Somente assim será possível combater o comércio ilegal e promover a sustentabilidade na cadeia produtiva do ouro.

Fonte: Guia Região dos Lagos

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