Gasto mínimo em alertas climáticos evita perdas significativas

Acre enchente

Cada R$ 1 gasto em sistemas de alerta do clima pode evitar perdas de R$ 661, de acordo com um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS) e financiado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). A pesquisa analisou a rede de monitoramento dos recursos hídricos do Brasil e concluiu que o uso desses dados na configuração e implementação de sistemas de alerta para eventos climáticos extremos, como secas e inundações, pode evitar perdas significativas.

Um dos exemplos citados no estudo é o emprego dos dados da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN) no planejamento urbano dos municípios São Sebastião do Caí e Montenegro, no Rio Grande do Sul, que são frequentemente afetados por cheias no rio Caí. Segundo a pesquisa, cada R$ 1 investido na utilização dessas informações poderia trazer um retorno de até R$ 14 em danos e perdas evitadas.

Outro estudo de caso apresentado é o da bacia hidrográfica do rio Taquari-Antas, onde cada R$ 1 investido no custeio da rede de monitoramento local pode gerar benefícios de até R$ 106. Esses exemplos demonstram a importância da Rede Hidrometeorológica Nacional para o conhecimento da quantidade e qualidade dos recursos hídricos no país, além de subsidiar e qualificar decisões tomadas por órgãos públicos e privados com base nos dados de monitoramento hidrológico.

A utilidade dos sistemas de alerta do clima também foi evidenciada recentemente pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que pediu à população para evitar sair de casa após a previsão de fortes chuvas na cidade. O apelo do prefeito é embasado no Sistema Alerta Rio, que prevê pancadas de chuva moderada a muito forte, acompanhadas de raios e rajadas de vento. Essas medidas visam proteger a população e evitar possíveis tragédias decorrentes dos eventos climáticos extremos.

Além das perdas materiais, eventos climáticos severos têm causado um aumento no número de óbitos. Um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) constatou que o calor associado a doenças crônicas provocou 48.075 mortes no país. Dessa forma, ações preventivas se tornam cada vez mais urgentes para evitar perdas humanas.

Diante desses dados, torna-se evidente a importância de investir em sistemas de alerta do clima e na utilização de dados de monitoramento hidrometeorológico. Além de evitar perdas econômicas significativas, essas medidas têm o potencial de salvar vidas. Portanto, é essencial que governos e instituições privadas priorizem a implementação e o aprimoramento desses sistemas, visando a prevenção e o manejo eficiente dos eventos climáticos extremos.

Imagens:

1. Enchente no Acre em abril de 2023. | Foto: Marcos Vicentti | Secom
2. Fortes chuvas castigaram mais de 60 cidades no Maranhão em abril de 2023. | Foto: Gabriel Correa | Agência Brasil

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