Denúncias de Abuso e Descaso no Mercado Princesa em Cabo Frio
Na movimentada Avenida Teixeira e Souza, em Cabo Frio, trabalhadores do Mercado Princesa, também conhecido como Rede Economia Cabo Frio 1, trouxeram a público preocupantes relatos de condições desfavoráveis dentro do ambiente de trabalho. As queixas vão de locais inadequados para intervalos até acusações graves de assédio moral.
Ambiente de Trabalho Inadequado
Os funcionários do supermercado apontam a ausência de um espaço adequado para descanso durante os intervalos como uma das questões mais urgentes. Em vez de um refeitório ou uma sala de convivência, muitos acabam optando por permanecer no banheiro, que frequentemente está sujo, ou até sentar-se na calçada do lado de fora. De acordo com os relatos, uma sala vazia existente no local é restrita à gerência, que a mantém trancada, impedindo o uso pelos trabalhadores.
Em um incidente específico, um funcionário afirma ter tido uma crise de bronquite e alergia após uma dedetização feita durante o funcionamento normal da loja, evidenciando ainda mais a falta de cuidados com a saúde e segurança dos empregados.
Assédio Moral e Pressão Psicológica
Outro ponto relevante nas denúncias é o tratamento recebido por parte de supervisores e gerentes. Segundo os trabalhadores, são comuns as situações de coação psicológica, incluindo ofensas verbais como ser chamado de “burro” e ameaças de demissão por justa causa para impor medo e submissão. Tais práticas contribuem significativamente para um ambiente de trabalho opressor e hostil.
Mudanças no Plano de Saúde
A substituição do plano de saúde também gerou insatisfação entre os empregados. O benefício anterior, que era bem avaliado por sua qualidade, foi trocado por um supostamente ligado a um membro da família proprietária do mercado. Os funcionários relatam que o novo plano oferece um serviço precário, sendo limitado no acesso a consultas presenciais, o que gerou indignação. “Não pode tirar um plano e colocar outro pior do que já existia”, disse um dos trabalhadores.
Desvio de Função e Insegurança no Trabalho
O desvio de função surge como outra prática questionável dentro da empresa. Há relatos de que funcionários são frequentemente deslocados para funções para as quais não foram treinados. Isso inclui casos como empregados da padaria sendo forçados a trabalhar na seção de frios, caixas migrando para a padaria e faxineiras entregando compras na rua. Essa situação não só desorganiza a rotina de trabalho como também expõe os funcionários a riscos, já que muitos desempenham tarefas para as quais não receberam treinamento adequado.
Um relato particularmente notável envolve a ameaça de demissão por justa causa de um trabalhador acusado de entregar um atestado médico falso. A situação só foi resolvida após intervenção de uma unidade de pronto atendimento que confirmou a autenticidade do documento. O funcionário, que estava impossibilitado de andar corretamente devido a um furúnculo e necessitava de muletas, descreveu a experiência como traumática e um exemplo do tipo de pressão enfrentada no ambiente de trabalho.
Impacto na Saúde Física e Mental
Essas práticas não apenas prejudicam a saúde mental dos trabalhadores, mas também colocam sua saúde física em risco, conforme alegam. A soma de abuso psicológico, condições de trabalho inadequadas e insegurança no emprego cria um ambiente desgastante e insustentável para os funcionários do Mercado Princesa em Cabo Frio.
Até o momento, representantes do estabelecimento não responderam aos pedidos de esclarecimento e posicionamento sobre as queixas levantadas. A situação segue sem um desfecho claro, enquanto os trabalhadores buscam soluções e melhorias nas suas condições de trabalho.
Fonte da Notícia: Guia Região dos Lagos
