Folha da pinha possui propriedades analgésicas e antiartríticas, aponta pesquisa

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Estudo revela potencial analgésico e antiartrítico da Annona squamosa

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A Annona squamosa é conhecida na medicina popular como uma opção para dores e artrite. Foto: Muhamad Farihin | Unsplash

Uma nova pesquisa realizada por cientistas de várias instituições brasileiras trouxe à luz compostos presentes nas folhas da Annona squamosa, popularmente chamada de fruta-do-conde ou pinha, que exibem propriedades analgésicas, anti-inflamatórias, anti-hiperalgésicas (contra dores persistentes) e antiartríticas. Os achados foram publicados na revista Pharmaceuticals, com suporte da FAPESP através de cinco projetos de pesquisa.

O estudo, que envolveu pesquisadores da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Estadual Paulista (Unesp), focou na avaliação de um extrato metanólico da planta, que é obtido a partir do solvente metanol que, após evaporação, resulta em um extrato seco. Além disso, foi isolada uma substância chamada palmatina.

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Foto: Kevin Serech | Unsplash

Conforme os pesquisadores, a Annona squamosa é amplamente utilizada em várias culturas com finalidades medicinais, incluindo o tratamento de dores e artrite. As análises revelaram diversas propriedades farmacológicas, como efeitos gástricos protetores, antibacterianos, antivirais e anti-inflamatórios. Isso sugere que a planta pode ser uma alternativa viável a alguns dos principais tratamentos convencionais para dor, como analgésicos opioides e anti-inflamatórios não esteroides, que podem acarretar sérios efeitos colaterais no uso prolongado, incluindo dependência, desenvolvimento de úlceras e riscos para a saúde cardiovascular. Além disso, pode servir como um substituto para medicamentos anti-inflamatórios convencionais, cujos tratamentos prolongados estão associados a problemas como insuficiência adrenal e resistência à insulina.

O professor Marcos José Salvador, do Departamento de Biologia Vegetal da Unicamp e coautor do estudo, detalhou que o principal objetivo da pesquisa foi investigar as propriedades analgésicas, antiartríticas e anti-inflamatórias tanto do extrato metanólico quanto da palmatina, ambos extraídos da Annona squamosa.

As folhas da planta foram submetidas a um processo de secagem e, em seguida, foram trituradas. Os compostos foram então extraídos e analisados. O extrato metanólico, junto da palmatina, foi administrado em camundongos em diferentes modelos experimentais, que incluíram pleurisia (inflamação das membranas que envolvem os pulmões), inflamação articular induzida por zimosana e hiperalgesia mecânica (uma sensibilidade aumentada a estímulos dolorosos) provocada pelo TNF (fator de necrose tumoral).

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Foto: Shanmugamp7 | CC 3.0

Os resultados obtidos demonstraram que tanto o extrato metanólico quanto a palmatina isolada da pinha possuem eficácia analgésica e anti-inflamatória. A palmatina, em particular, mostrou características anti-hiperalgésicas que podem estar associadas à inibição da via mediada pelo fator de necrose tumoral. Os pesquisadores também concluem que a palmatina poderia ser um dos compostos chaves que proporcionam as propriedades antiartríticas da planta.

A análise levanta questões importantes e traz evidências que ajudam a validar os efeitos terapêuticos das amostras estudadas, além de elucidar parcialmente seus mecanismos de ação, que ainda carecem de mais investigações. No entanto, os pesquisadores alertam que são necessários estudos complementares antes que esses extratos possam ser empregados clinicamente para tratar doenças.

“Mais pesquisas devem ser conduzidas para determinar se outras formulações alterariam os efeitos e as propriedades farmacocinéticas da palmatina”, explica o professor, acrescentando que é essencial investigar também a toxicidade dos compostos e as dosagens adequadas para um uso clínico seguro e eficaz.

O artigo completo intitulado Analgesic and Anti-Arthritic Potential of Methanolic Extract and Palmatine Obtained from Annona squamosa Leaves pode ser acessado através do link: www.mdpi.com/1424-8247/17/10/1331.

Fonte: Guia Região dos Lagos

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