Febre Oropouche: saiba mais sobre a doença transmitida pelo mosquito-pólvora
Com o registro de três mortes sendo investigadas e mais de 7.200 casos no Brasil somente este ano, a Febre Oropouche tem preocupado a população e deixado os especialistas em alerta. Nesta segunda-feira (22), foi notificado um caso suspeito da doença, que resultou na morte de uma jovem de 21 anos no município de Camamu, na Bahia.
A paciente apresentou sintomas como dores de cabeça, náuseas, vômitos, diarreia, fraqueza muscular, cansaço e outros. A situação se agravou, com o surgimento de sangramentos nas gengivas, no nariz e na vagina, queda brusca de hemoglobina e plaquetas, além de hipotensão. Infelizmente, a jovem não resistiu e veio a óbito.
A Febre Oropouche é causada por um arbovírus pertencente ao gênero Orthobunyavirus, transmitido pelo mosquito Culicoides paraensis, conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora. O vírus foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir de amostra de sangue de uma bicho-preguiça capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Desde então, foram registrados casos isolados e surtos da doença no país, principalmente na região amazônica, e também em outros países das Américas Central e do Sul.
A transmissão da Febre Oropouche ocorre por meio da picada do mosquito infectado. Após picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus fica presente no sangue do mosquito por alguns dias. Quando esse mosquito pica uma pessoa saudável, ele pode transmitir o vírus para ela.
Existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença: o ciclo silvestre e o ciclo urbano. No ciclo silvestre, os animais, como bichos-preguiça e macacos, são os hospedeiros do vírus, e alguns tipos de mosquitos também podem carregar o vírus. Já no ciclo urbano, os humanos são os principais hospedeiros, e o mosquito Culicoides paraensis é o vetor principal. O mosquito Culex quinquefasciatus, encontrado comumente em ambientes urbanos, também pode ocasionalmente transmitir o vírus.
Os sintomas da Febre Oropouche são semelhantes aos de outras arboviroses, como dengue e chikungunya, e incluem dor de cabeça, dor muscular, enjoo, diarreia, febre e dor nas articulações. Não há um tratamento específico para a doença, sendo recomendado o tratamento dos sintomas, a hidratação, o repouso e o acompanhamento médico.
A prevenção da Febre Oropouche consiste em evitar áreas infestadas por mosquitos, utilizar repelentes, manter a limpeza da casa e eliminar possíveis criadouros de mosquitos, como recipientes que acumulam água. Em caso de confirmação de casos na região, deve-se seguir as orientações das autoridades de saúde local para reduzir o risco de transmissão, adotando medidas específicas de controle de mosquitos.
Ainda de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, o estado do Amazonas é o que concentra o maior número de casos da doença no país, com mais de 3.200 registros somente neste ano. Em seguida, estão os estados de Roraima, com 1.700 casos, e Bahia, com 830.
É fundamental ressaltar a importância da informação e da conscientização da população sobre a Febre Oropouche, a fim de prevenir novos casos e garantir um diagnóstico precoce da doença. Os sintomas podem ser confundidos com outras arboviroses, por isso, é fundamental buscar atendimento médico em caso de qualquer suspeita.