No dia 25 de julho, em celebração ao Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e ao Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, uma impactante exposição fotográfica é apresentada no Hub Peregum, em Brasília. Com o título “Ancestralizando o Futuro – Retratos de Resistência Quilombola”, a mostra ressalta a força e a identidade de lideranças quilombolas do Brasil, permanecendo em cartaz até o dia 31 de julho.
Exposição Fotográfica: Uma Homenagem às Mulheres Quilombolas
Organizada pelo Instituto Socioambiental (ISA) em parceria com a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), a exposição se origina de um ensaio fotográfico que busca resgatar e valorizar a essência das mulheres quilombolas através de suas imagens. Esta iniciativa surge como um tributo à autoestima e à ancestralidade, evidenciando histórias de resistência e dignidade.
“Ao vermos nossas histórias através de lentes que exaltam nosso eu verdadeiro, conseguimos superar estereótipos que frequentemente nos marginalizam”, compartilha Kátia Penha, do Quilombo Divino Espírito Santo. Sua declaração destaca o poder transformador das fotografias, que narram alegrias e desafios das lideranças quilombolas.
Celebração de Aniversários e Encontros
A mostra também celebra o aniversário de 29 anos da Conaq e o segundo Encontro da Coalizão Internacional de Povos e Comunidades Afrodescendentes da América Latina e Caribe (Citafro). As fotografias que compõem a exposição foram capturadas em maio de 2024, durante o Aquilombar, maior encontro nacional de quilombolas do país.
O Coletivo Retratação, responsável pelo ensaio, é composto por fotógrafos negros, indígenas, LGBTQIAPN+ e periféricos. Webert da Cruz, fotógrafo e coordenador do coletivo, recorda o processo de criação das imagens como um encontro de histórias e culturas, um espaço onde a visão sobre corpos negros foi ressignificada.
Ester Cruz, também fotógrafa do coletivo, enfatiza o impacto de capturar a beleza e a dignidade de pessoas que se assemelham a ela mesma. Para Ester, cada rosto registrado transcende a dor e reforça a beleza e a luz intrínsecas.
Resistência e Ancestralidade em Destaque
A maquiadora Ramona Jucá, do povo Potiguara-Ibirapi, destacou a responsabilidade de realçar rostos negros sem ocultar seus traços únicos. Ela reflete sobre o racismo presente até mesmo na maquiagem e enfatiza a resistência através do afeto durante sua atuação.
Célia Pinto, liderança do quilombo Aere, no Maranhão, compartilha sua experiência emocionante de se enxergar através das lentes, em um processo de cura e identidade. “Não era apenas vaidade; era reencontrar-se”, comenta.
Um Espaço de Resistência
Realizada no Hub Peregum, situado no Lago Sul, Brasília, a exposição ocupa um espaço que raramente recebe expressões culturais de pessoas negras. Este gesto é um ato político, manifestando a presença e o brilho das lideranças quilombolas em territórios historicamente elitizados.
Como sintetiza a frase de Nêgo Bispo, “eu vou falar de nós ganhando, porque pra falar de nós perdendo eles já falam”. Naquele dia, a vitória foi de todos, enaltecendo memórias, potências e a certeza de que o futuro, quando fundamentado na ancestralidade, é resistência e florescimento.
Informações para Visitação
- Local: HUB Peregum – Brasília (DF)
- Data: até 31 de julho de 2025
- Entrada: Gratuita
- Horário: Segunda a sexta, das 9h às 18h
- Contato para visitas em grupo: (61) 9 9174-9182 ou email hub@peregum.org.br
- Organização: Instituto Socioambiental (ISA), Conaq, Coletivo Retratação e A Pilastra.
Fonte da Notícia: [Guia Região dos Lagos](https://ciclovivo.com.br/fique-ligado/eventos/exposicao-celebra-a-forca-e-a-beleza-de-liderancas-quilombolas/).








