A energia eólica offshore é apontada como uma possível fonte de energia que poderia impulsionar a economia brasileira. De acordo com um estudo realizado pelo Grupo Banco Mundial em parceria com o Ministério de Minas e Energia e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), essa forma de energia poderia trazer um valor agregado bruto de pelo menos R$ 900 bilhões para o país e gerar mais de 516 mil empregos até 2050.
Os resultados do estudo indicam que, no cenário mais otimista, a energia eólica offshore poderia representar quase um quinto da geração total da matriz elétrica brasileira, atingindo uma capacidade instalada de 96 GW. Para isso, seria necessário ocupar cerca de 7,1% do leito marinho tecnicamente viável. Essa expansão da energia eólica offshore seria um complemento às outras fontes renováveis, como a energia solar, a energia eólica onshore (em terra) e a biomassa, e poderia ser estratégica para alcançar a meta de zerar as emissões líquidas de carbono até 2050.
No entanto, a implementação da energia eólica offshore no Brasil ainda enfrenta desafios. Um deles é o alto custo inicial, que é quase o dobro das alternativas solar e eólica onshore. Espera-se que, com o desenvolvimento e ganho de escala, o custo dessa forma de energia possa reduzir no médio prazo, tornando-a mais competitiva.
Além disso, é necessária uma infraestrutura portuária e logística adequada para viabilizar o setor. Nesse sentido, seria importante o apoio dos setores público e privado, incluindo o financiamento público e de bancos de desenvolvimento. O estudo destaca que, assim como aconteceu com a indústria eólica onshore, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderia desempenhar um papel importante na implantação da energia eólica offshore em grande escala.
Apesar do potencial da energia eólica offshore, é importante considerar os impactos socioambientais que essa forma de energia pode causar. Experiências recentes com a energia eólica onshore, principalmente no Nordeste do país, têm gerado impactos negativos em comunidades tradicionais, povos indígenas e na biodiversidade local. Portanto, é fundamental garantir uma transição energética justa, levando em conta esses aspectos e adotando medidas preventivas para minimizar esses impactos.
No geral, a energia eólica offshore pode desempenhar um papel importante na matriz energética brasileira, contribuindo para a geração de empregos e para a redução das emissões de carbono. No entanto, é necessário promover essa transição de forma responsável, considerando tanto os benefícios econômicos quanto os impactos socioambientais e garantindo a participação das comunidades afetadas. Ao fazer isso, o Brasil pode aproveitar todo o potencial dessa fonte de energia e contribuir para um futuro mais sustentável.
