Empresas de Cibersegurança Buscam Organização em Apelidos de Hackers Globais
A crescente complexidade dos ataques cibernéticos tem levado empresas de cibersegurança a adotar diferentes estratégias para nomear grupos de hackers, na tentativa de facilitar a identificação e a defesa contra essas ameaças. Este movimento busca acelerar a resposta coletiva contra os agentes de ameaça, como destacou Vasu Jakkal, vice-presidente corporativo da Microsoft Security.
A Origem dos Nomes de Hackers
Tradicionalmente, os grupos de segurança digital utilizam nomes codificados para se referir a hackers. Isso ocorre porque vincular esses grupos a países ou organizações específicas pode ser um desafio, requerendo, portanto, uma forma eficaz de identificação. Exemplos de nomes funcionais incluem o grupo “APT1”, exposto pela Mandiant, e o “TA453”, monitorado pela Proofpoint. No entanto, outros nomes são mais criativos e misteriosos, como “Earth Lamia”, rastreado pela TrendMicro, ou “Equation Group”, revelado pela Kaspersky.
Os apelidos coloridos e sugestivos, como “Cozy Bear”, um grupo russo, e “Kryptonite Panda”, um grupo chinês, são populares na indústria, destaque dado pela empresa CrowdStrike. Essas denominações não apenas facilitam a comunicação, mas também criam um certo nível de notoriedade e reconhecimento dentro do setor.
Desafios da Proliferação de Nomes
Apesar de sua utilidade, a proliferação desses apelidos pode gerar confusão. Um exemplo notável ocorreu quando o governo dos Estados Unidos publicou um relatório sobre tentativas de invasão durante as eleições de 2016, que mencionava cerca de 48 nomes diferentes para grupos de hackers russos e programas maliciosos. Entre os nomes, estavam “Sofacy”, “Pawn Storm”, “CHOPSTICK”, “Tsar Team” e “OnionDuke”. Essa multiplicidade de apelidos evidenciou a necessidade de uma padronização ou, ao menos, de uma organização mais clara.
A intenção por trás dos nomes não é meramente dar um título criativo, mas também capturar a essência ou a origem das atividades dos hackers. Por exemplo, nomes como “Fancy Bear” e “Lazarus Group” rapidamente se tornam sinônimos de notoriedade dentro dos círculos de segurança cibernética.
Iniciativas de Uniformização
Na busca por uma solução, algumas empresas começaram a discutir a viabilidade de criar padrões ou diretrizes para a nomeação desses grupos. A unificação poderia ser uma maneira eficaz de mitigar a sobrecarga de informações e garantir que as equipes de resposta a incidentes possam agir mais rapidamente e de forma mais coordenada.
Entretanto, a eficácia dessas ações ainda é incerta. A diversidade das ameaças e a constante evolução dos grupos de hackers representam um obstáculo significativo para a implementação de um sistema padronizado. Além disso, qualquer sistema desse tipo precisaria ser suficientemente flexível para acomodar novos grupos e aspectos únicos de cada ameaça.
Perspectivas Futuras
O que está claro é que a indústria de cibersegurança reconhece a necessidade de melhorar a comunicação e a colaboração entre as partes interessadas. Ao padronizar ou, pelo menos, organizar melhor o uso dos apelidos de hackers, espera-se que o setor possa não apenas responder mais rapidamente a ameaças, mas também prevenir ataques antes que eles ocorram.
À medida que as ameaças cibernéticas continuam a evoluir, a adaptação e a inovação nas práticas de segurança se tornam essenciais. Com a contribuição e colaboração de grandes players, como a Microsoft, há esperança de que, no futuro, a identificação e a neutralização de grupos de hackers sejam realizadas de forma mais eficaz e eficiente.
Fonte da Notícia: [Guia Região dos Lagos](https://www.uol.com.br/tilt/noticias/reuters/2025/06/02/forest-blizzard-vs-fancy-bear-empresas-tentam-por-ordem-em-apelidos-de-hackers.htm)