Greta Thunberg recebe críticas por associar a causa ambiental à luta contra Israel
A ativista sueca Greta Thunberg, de 20 anos, vem enfrentando críticas após associar a causa ambiental à luta contra Israel. Durante um comício em Amsterdã, Greta deu a palavra à ativista palestina Sara Rachdan, afirmando que é importante ouvir as vozes daqueles que estão sendo oprimidos e que lutam pela liberdade e justiça.
“No entanto, essa posição de Greta Thunberg gerou polêmica e divide opiniões.”
A afirmação de Greta despertou a indignação de um homem da plateia, que subiu ao palco para protestar, dizendo que havia comparecido ao evento por uma questão climática e não para uma manifestação política.
A ativista palestina Sara Rachdan, que Greta deu palanque, tem em sua imagem de perfil no Instagram a frase “end apartheid” seguida de “from the river to the sea”, junto com uma bandeira palestina. Além disso, após o massacre do Hamas contra os israelenses, Sara Rachdan publicou em sua rede social que o ataque foi iniciado pelo Hamas e defendeu a resistência palestina.
Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, Greta substituiu suas hashtags de apoio à causa ambiental por “Palestina livre” e “fique com Gaza”. No entanto, essas mudanças foram mal recebidas por ativistas ambientais em Israel, que enviaram uma carta aberta à ativista sueca, afirmando que suas publicações eram unilaterais, mal informadas e superficiais.
A postura de Greta em Amsterdã também gerou críticas até mesmo de seus admiradores, como o partido alemão Verdes. A líder da legenda, Ricarda Lang, afirmou que Greta está abusando da preocupação com a proteção climática ao tomar uma posição unilateral sobre o conflito Israel-Palestina, sem nomear os perpetradores e sem condenar as atrocidades do Hamas. Para Ricarda Lang, essa postura desacreditou Greta como o rosto do movimento climático.
A jornalista Annabel Denham, do jornal britânico The Telegraph, também criticou Greta em sua coluna, afirmando que os apoiadores fervorosos da ativista devem um pedido de desculpas ao mundo livre e que o movimento dela se disfarçou de ecoativismo quando, na verdade, sempre foi algo mais insidioso.
A insatisfação com Greta não se restringiu apenas à imprensa britânica. O jornal suíço NZZ – Neue Zürcher Zeitung declarou em sua manchete que “Santa Greta não brilha mais” e disse que muitas pessoas se afastaram da ativista desde que ela se revelou uma ativista anti-Israel. O veículo afirmou ainda que o movimento climático precisa de um novo líder.
Essas críticas têm o potencial de afetar a reputação de Greta Thunberg, principalmente em relação ao seu papel de líder do movimento contra as mudanças climáticas. Enquanto isso, no Brasil, o ex-presidente Lula manifesta preocupação com o “gás de efeito estufa” provocado pelas bombas, mostrando uma sensibilidade para questões ambientais. Resta saber se Greta encontraria apoio no país se o mundo livre se desiludir de vez com ela.
A polêmica envolvendo Greta Thunberg serve como um lembrete de que é importante separar as causas e lutas sociais da luta contra as mudanças climáticas. Apesar de serem questões importantes, cada uma possui suas especificidades e merece atenção individualizada.
