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Lixo eletrônico

Perspectivas de Crescimento do Lixo Eletrônico até 2030

Lixo eletrônico
Foto: iStock

Um estudo conduzido pela Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que até o ano de 2030, a produção global de lixo eletrônico poderá alcançar até 82 milhões de toneladas, um volume que corresponderia a aproximadamente 2,05 milhões de caminhões completamente carregados. No ano de 2022, a geração desses resíduos já havia atingido um nível recorde, ultrapassando 60 milhões de toneladas.

Diante da projeção de aumento na criação de lixo eletrônico, a prática de mineração urbana se torna vital para a coleta e gerenciamento dos produtos após o uso. Esse conceito envolve o processo de transformar esses resíduos em matérias-primas, que podem ser reutilizadas na fabricação de novos produtos, contribuindo para a recuperação de recursos naturais e minimizando os impactos ambientais negativos associados a esses processos.

O conceito de mineração urbana é complementado pelo sistema de logística reversa. Esse sistema propõe um descarte responsável de equipamentos eletrônicos que estão próximos do fim de sua vida útil, garantindo seu recolhimento, transporte e a correta destinação, preferencialmente através da reciclagem. Durante essa iniciativa, inicia-se a manufatura reversa, que atua na segmentação dos equipamentos, possibilitando a separação de diversos componentes como metais, plásticos e metais não ferrosos. Após essa etapa, os resíduos são enviados para recicladores, que transformarão esses materiais novamente em matéria-prima.

Reciclagem de eletrônicos
Metais nobres recuperados a partir de smartphones que foram corretamente descartados. Foto: Natasha Olsen

Com a implementação desses processos de reciclagem, a mineração de produtos no pós-consumo não apenas traz benefícios ambientais, mas também sociais, reduzindo a quantidade de resíduos destinados a aterros sanitários e recuperando recursos valiosos contidos no lixo eletrônico. Além disso, essa prática gera impactos econômicos, visto que os materiais reciclados podem ser comercializados com preços semelhantes aos das commodities, ajustados conforme as flutuações do mercado global.

Contexto Brasileiro na Gestão de Resíduos Eletrônicos

Conforme mencionado no estudo da ONU, o Brasil ocupa a quinta posição mundial em termos de geração de resíduos eletrônicos e lidera na América Latina, produzindo cerca de 2,4 milhões de toneladas anualmente, o que se traduz em uma média de 10 a 15 quilos por habitante.

Dessa forma, o Brasil detém um papel crucial e um grande potencial para a recuperação de metais preciosos, além de ser capaz de implementar modelos de negócios sustentáveis alinhados com os preceitos da economia circular. Entretanto, a exploração da mineração urbana no país ainda é limitada, apesar de estar regulamentada pela Lei nº 12.305, de 2010, e pelo Decreto nº 10.240, de 2020, que trata da gestão de resíduos eletroeletrônicos (REEE).

Mineração Urbana
O processo de recuperação e tratamento adequado dos resíduos eletrônicos permite preservar os recursos naturais e evita a extração de novas matérias-primas. | Foto: Ambipar

O decreto estabelece diretrizes para a execução da logística reversa de resíduos eletrônicos, com metas progressivas para a coleta e destinação dos materiais. Segundo o decreto, em 2025, os fabricantes e importadores deverão coletar 17% dos produtos que introduziram no mercado em relação ao volume total das vendas realizadas em 2018. Isso apresenta desafios significativos para a mineração urbana, especialmente ante o aumento contínuo no consumo de dispositivos eletrônicos, como os telefones celulares, pilhas e baterias.

Um levantamento realizado pelo Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), que é vinculado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações, revelou que mais de 2 milhões de toneladas de equipamentos eletrônicos foram lançadas no mercado em 2018.

Lixo Eletrônico
Foto: iStock

Os desafios enfrentados pela mineração urbana no Brasil são muitos, incluindo a grande informalidade na cadeia de reciclagem dos eletrônicos, a escassez de fiscalização sobre atividades clandestinas, a baixa conscientização da população quanto ao descarte correto e a falta de acesso às urnas de coleta, que se concentram principalmente nos estados do Sudeste e em grandes centros urbanos.

O fortalecimento da regulamentação, juntamente com uma fiscalização mais rigorosa e um controle eficaz da rastreabilidade, pode contribuir para mudar essa realidade. Isso ocorre, pois essas medidas proporcionam maior segurança na comercialização dos resíduos coletados, aumentando o valor agregado dos materiais durante o processo de triagem dos bens de consumo. Investir na formalização e rastreamento pode ajudar a superar outro desafio do setor, que é a coleta e organização de dados, conectando fabricantes, recicladores, cooperativas e demais partes interessadas nas operações de logística reversa.

Marcelo de Oliveira Ambipar
Marcelo Oliveira na inauguração da fábrica da Ambipar em São José dos Campos, interior de São Paulo. Foto: Divulgação

Este artigo explora a importância da gestão adequada dos resíduos eletrônicos e as iniciativas necessárias para otimizar a mineração urbana no Brasil. A história da Ambipar, uma líder global em soluções ambientais, é um exemplo do impacto positivo que uma empresa pode ter na recuperação de recursos e na promoção de uma economia circular.

A Ambipar, fundada em 1995, opera em 41 países e oferece diversos serviços ambientais. Sua atuação destaca-se pela recuperação de resíduos e pela gestão de emergências ambientais. Reconhecida por sua inovação, a empresa possui mais de 100 soluções em economia circular, além de mais de 25 patentes e 50 prêmios nacionais e internacionais.

Com um quadro de mais de 23 mil colaboradores ao redor do mundo e mais de 600 bases operacionais, as ações da Ambipar estão listadas tanto na B3 quanto na Bolsa de Valores de Nova York. O desempenho da empresa também ganhou reconhecimento da Standard & Poor’s, que classificou suas ações como “ações verdes” na B3, a bolsa brasileira.

Mineração Urbana
O processo é quase todo automatizado. Foto: Ambipar
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