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Fim das aulas no Rio Grande do Sul devido à onda de calor
A semana começou com um importante comunicado sobre o adiamento das aulas na rede estadual do Rio Grande do Sul. Tal decisão foi tomada pelo Tribunal de Justiça em resposta ao alerta sobre o alto risco de calor extremo emitido pela MetSul Meteorologia. A situação climática na região Sul do Brasil é alarmante: em Porto Alegre, a temperatura máxima registrada na última terça-feira (11) atingiu 39,5°C, conforme os dados oficiais do Instituto Nacional de Meteorologia. Entretanto, relatórios apresentados pela imprensa local indicam que a sensação térmica na capital gaúcha poderia chegar a impressionantes 70°C, uma expectativa considerada “absurda” por uma matéria divulgada pelo Climatempo.
A nova onda de calor que ocorrerá entre 12 e 21 de fevereiro de 2025 é uma realidade confirmada. Espera-se que as temperaturas se elevem acima da média nas regiões Sudeste, Sul e em algumas áreas do Centro-Oeste e Nordeste do país. É importante ressaltar que, além da temperatura em graus Celsius, a sensação térmica pode variar conforme a temperatura do ar e o nível de umidade do ambiente. No entanto, o Metsul divulgou que algumas cidades poderão enfrentar índices de calor próximos ou superiores a 50ºC, um número que ainda está bem abaixo da mágica cifra de 70°C.
A afirmação de que a sensação térmica poderia atingir 70°C baseia-se em uma interpretação incorreta dos dados meteorológicos. A sensação térmica é determinada através de uma fórmula que leva em consideração simultaneamente a temperatura do ar e a umidade relativa no mesmo momento. Para que se alcançasse a sensação térmica de 70°C, seria preciso que as temperaturas superassem 40°C e que a umidade atingisse 80%, condições que são pouco provavelmente de ocorrerem ao mesmo tempo, uma vez que o calor intenso tende a reduzir a umidade do ar.
A principal falha observada nas reportagens consiste em calcular a sensação térmica utilizando a temperatura máxima do dia combinada com a umidade máxima, porém em horários distintos, o que resultou na disseminação do dado incorreto de 70°C em Porto Alegre. De fato, a temperatura máxima de 39,5°C registrada na cidade, somada à umidade de 43%, gerou uma sensação térmica de 47°C. Esta discrepância evidencia como a má interpretação dos dados meteorológicos pode resultar em desinformação. Detalhes adicionais estão disponíveis na análise elaborada pelo Climatempo.
Previsões meteorológicas e cuidados
No que diz respeito ao Rio Grande do Sul, a temperatura já atingiu 43,8°C neste ano, estabelecendo um recorde histórico. No entanto, uma leve queda nas temperaturas está prevista a partir da quarta-feira (12), devido ao aumento da nebulosidade e à expectativa de chuvas, conforme informado pelo Climatempo.
Embora a declaração sobre a sensação térmica de 70°C possa ser errônea, a dura realidade de uma onda de calor extremo persiste. Consequências dessa situação incluem desidratação, sintomas de insolação, distúrbios digestivos como náuseas e vômitos, além de queimaduras na pele. “A insolação pode se manifestar com sintomas leves ou severos, como hipertermia, perda de consciência e até parada cardíaca. O calor em excesso pode levar a um estresse térmico no corpo, prejudicando sua capacidade de manter a temperatura estável, o que pode culminar em um colapso do sistema nervoso central e do sistema circulatório”, explica Nádia Haubert, nutróloga e docente de Medicina no Centro Universitário de Brasília (CEUB).
Para minimizar os impactos do calor intenso que se aproxima, Nádia sugere importantes cuidados de saúde que incluem:
- Beba líquidos com frequência.
- Evite a exposição ao sol durante os dias mais quentes.
- Não consuma bebidas alcoólicas.
- Utilize protetor solar sempre que sair.
- Se necessário sair ao sol, use bonés e roupas com fator de proteção, se possível.
- Consuma frutas com alta quantidade de água, como melão e melancia.
- Prefira alimentos frescos, como frutas, verduras e legumes.
- Evite alimentos que sejam difíceis de digerir e alimentos gordurosos.
- Realize atividades físicas ou esportes no início da manhã ou à noite.
Impactos do calor no sistema respiratório
Os riscos associados ao calor extremo também se estendem à saúde respiratória. De acordo com as otorrinolaringologistas Roberta Pilla e Maura Neves, ambas da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, o clima quente e seco pode desencadear crises de rinite, sinusite, asma, infecções respiratórias e até sangramentos nasais.
“As mudanças bruscas de temperatura têm um impacto direto na mucosa respiratória, comprometendo sua capacidade de defesa e facilitando a entrada de agentes irritantes e infecciosos”, explica a Dra. Maura Neves.
O tempo seco associado ao calor excessivo resseca as vias aéreas, o que pode agravar sintomas alérgicos e desencadear crises de rinite, sinusite e infecções respiratórias. Para diminuir esses efeitos, as especialistas recomendam algumas medidas práticas que são bastante eficazes:
- Mantenha uma adequada hidratação e evite bebidas alcoólicas, assim como aquelas que contêm cafeína, que podem causar desidratação.
- Mantenha os ambientes frescos e bem ventilados, utilizando umidificadores de ar quando possível.
- Utilize soro fisiológico para lavar as vias respiratórias, prevenindo o ressecamento e a irritação nasal.
- Fique atento à manutenção do ar-condicionado, limpando regularmente os filtros para evitar a proliferação de ácaros e fungos.
- Em casa, você pode umidificar o ar colocando bacias com água nos cômodos, longe do alcance de crianças.
Além dessas orientações, é crucial estar atento ao estado de saúde, especialmente para grupos mais vulneráveis, como crianças, gestantes e idosos. O estresse térmico em um organismo saudável pode resultar em efeitos leves, como dores de cabeça, mal-estar e sensação de cansaço. Contudo, Nádia alerta que sintomas graves podem surgir após exposição prolongada ao sol, como confusão mental, boca seca, urina escura, dor no peito e falta de ar, nos quais deve-se buscar assistência médica imediata.
This news report emphasizes the importance of accurate meteorological information and the need for proper care during extreme heat events, especially given ongoing climate changes that lead to increasingly severe weather conditions.
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