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A maior travessia de vida selvagem do mundo avança em fase de conclusão

A Wallis Annenberg Wildlife Crossing, localizada em Agoura Hills, na Califórnia, deu um passo significativo rumo à conclusão do projeto que representa a maior travessia de vida selvagem do planeta. Na última segunda-feira (1), foram colocadas as primeiras camadas de solo na estrutura, sinalizando um avanço importante para o que promete ser uma mudança drástica nos esforços de conservação e na conectividade ecológica da região.
Com o objetivo de permitir que animais, tais como linces, pumas, veados e diversas outras espécies, cruzem com segurança a movimentada Rodovia 101 — uma estrada de dez pistas que tem fragmentado habitats naturais por décadas —, a travessia pretende restaurar a ligação entre os ecossistemas que compõem as montanhas de Santa Mônica e as Colinas Simi.
Wallis Annenberg, filantropa e presidente da Annenberg Foundation, que financiou uma parte significativa deste projeto avaliado em US$ 92 milhões, expressou sua visão otimista: “Imagino um futuro em que toda a vida selvagem de nossa região possa não só sobreviver, mas também prosperar. A execução do primeiro solo na ponte é um sinal de que estamos nos aproximando dessa realidade”. Annenberg enfatizou que esta estrutura não só beneficiará os animais, mas também irá reconectar um ecossistema vital, protegendo uma área reconhecida mundialmente por sua biodiversidade. “Este é mais um marco alcançado em direção a esse objetivo”, concluiu.
As obras começaram em 2022 e têm previsão de conclusão para 2025. A travessia terá 61 metros de comprimento e 50 metros de largura, posicionando-se a quase 7 metros de altura da rodovia. O projeto, que foi idealizado há mais de trinta anos, é uma resposta direta à necessidade de reconectar habitat que foram isolados devido à expansão urbana e de infraestruturas rodoviárias.

A National Wildlife Federation (NWF) destacou o impacto negativo que a Rodovia 101 tem causado na população de leões da montanha, que apresenta problemas genéticos associados à endogamia, decorrente do acasalamento entre indivíduos geneticamente relacionados. Beth Pratt, diretora executiva regional da NWF na Califórnia, afirmou: “O tempo está se esgotando para esses animais, e somos gratos à Annenberg Foundation pela sua liderança excepcional para tornar esta travessia uma realidade”.
Além da estrutura física, o projeto prevê a restauração de vegetação nativa através da utilização de uma mistura de argila arenosa e agregado vulcânico, que será distribuída nas proximidades da travessia. Posteriormente, serão plantadas espécies locais, como uva selvagem, trigo-sarraceno, sálvia costeira, flores silvestres e serralha. Árvores nativas, incluindo carvalhos, também serão plantadas nas áreas ao redor da estrutura.
“As travessias de vida selvagem são essenciais para restaurar ecossistemas que foram fraturados. Elas reconectam terrenos e espécies que desejam voltar a ser inteiras. Acredito que essas travessias vão além da conservação, representando um tipo de rejuvenescimento ambiental que deveria ter ocorrido há muito tempo”, refletiu Annenberg em uma declaração no site oficial do projeto.
O projeto possui um significado que vai além da proteção da fauna local, sendo um exemplo global de reconexão ambiental. Wade Crowfoot, secretário da California Natural Resources Agency, ressaltou a crescente conscientização na Califórnia sobre a importância de proteger a natureza e a biodiversidade, afirmando que não podemos apenas restaurar e proteger o habitat, mas é fundamental construir uma conectividade entre os habitats.

Collin O’Mara, presidente e CEO da NWF, concluiu que o impacto da travessia será profundo e duradouro. “A doação de Wallis Annenberg não só protegerá este hotspot global de biodiversidade, um dos 36 reconhecidos mundialmente, mas também garantirá que os icônicos leões da montanha da Califórnia e muitas outras espécies possam acessar os recursos necessários para sobreviver, reconectando as Montanhas de Santa Mônica e as Colinas Simi e além”, afirmou.

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