Cabo Frio: Mães de filhos autistas em Cabo Frio relatam carência de terapia adequada

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Mães de crianças com transtorno do espectro autista (TEA) em estão se mobilizando em busca de melhores condições de atendimento para os filhos. Diversas denúncias apontam para a falta de profissionais especializados, terapias essenciais e infraestrutura adequada para garantir o acompanhamento necessário às crianças.

Segundo relatos, uma das principais dificuldades enfrentadas pelas mães é a escassez de profissionais qualificados em áreas como psicologia, fonoaudiologia e terapia ocupacional. A falta desses serviços impede o acompanhamento adequado do desenvolvimento das crianças, comprometendo seu progresso e bem-estar.

Maria Aparecida Oliveira, mãe da pequena Laura, de 3 anos, relata que tem se desgastado em busca dos direitos da criança não têm sido atendidos pelo município. Ela enfatiza que aqueles que têm condições financeiras podem pagar por terapias particulares, mas aqueles que não têm, ficam sem opções. A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de também está superlotada e sem profissionais. O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da cidade está com déficit de profissionais, com filas de espera para atendimento. Maria Aparecida declara que as crianças especiais estão sendo abandonadas pela cidade de Cabo Frio.

Maria Goreti, mãe de Beatriz Alves, que também tem 3 anos, enfrenta os mesmos problemas. Beatriz foi diagnosticada com hidrocefalia e autismo grau 3. Desde o diagnóstico, Maria Goreti tem lutado por terapias, médicos e remédios, mas não há suporte adequado para crianças neurodivergentes em Cabo Frio. Ela relata ter tido que pagar por uma neurologista particular por mais de um ano, pois o atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) demorou muito. Além disso, está há mais de um ano esperando por um fonoaudiólogo e um exame Bera. Maria Goreti afirma que a filha necessita de diversas terapias, mas não tem condições financeiras de arcar com os custos. A falta de suporte tem gerado dificuldades para ela e para a filha, e ela não sabe mais a quem recorrer.

Além das dificuldades relacionadas à saúde, as mães também criticam a falta de suporte emocional. Elas relatam exaustão mental e emocional, além da necessidade de suporte para lidar com as dificuldades enfrentadas pelos filhos.

Outro problema apontado é a falta de estrutura adequada na rede educacional. A sala de recurso, um ambiente educacional especializado para atender crianças com necessidades especiais, não funciona como deveria. Segundo relatos, a sala não tem quantidade suficiente de professores para atender a demanda, prejudicando o desenvolvimento das crianças. As mães também mencionam a falta de dentistas que trabalhem com sedação e de especialistas em crianças com necessidades especiais, o que gera desconforto e agitação nas crianças durante os procedimentos odontológicos. A única dentista que atendia pelo município está com a cadeira quebrada desde fevereiro, de acordo com os relatos.

As mães criticam ainda a falta de comunicação clara e transparente por parte da prefeitura, o que dificulta o acesso a informações e soluções para os problemas enfrentados. Elas afirmam que têm que buscar constantemente informações e soluções, mas não recebem um retorno efetivo das autoridades.

A falta de suporte adequado para crianças autistas em Cabo Frio é uma situação preocupante e que precisa ser urgentemente solucionada. É necessário que a prefeitura garanta a presença de profissionais especializados, ofereça terapias essenciais e melhore a infraestrutura para garantir o bem-estar e desenvolvimento das crianças. O acompanhamento e suporte adequado são fundamentais para que os pequenos possam ter qualidade de vida e alcançar seu pleno potencial.

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Bruno Rodrigo Souza

Bruno é Fundador e Editor no Guia Região dos Lagos

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