Família Alega Falta de Empatia em Cinema de Cabo Frio
Uma situação desconfortável foi relatada por uma família de Cabo Frio, envolvendo uma sessão de cinema no Maxi Movie, em Unamar, distrito de Tamoios. Durante a exibição de um filme, uma jovem que acompanhava seu irmão autista enfrentou o que descreveu como uma abordagem desrespeitosa por parte da administração do estabelecimento.
Segundo o relato da jovem, ao chegarem à sala de projeção, seu irmão apresentou resistência em se dirigir aos assentos marcados previamente. Para evitar desconforto tanto para ele quanto para os outros espectadores, decidiram sentar-se em cadeiras próximas à entrada que ainda estavam desocupadas.
Pouco tempo depois, relata a jovem, foram abordados de maneira rude pelo gerente do cinema. “Ele nos tratou de forma arrogante, como se estivéssemos errados, mesmo após eu explicar a condição do meu irmão. Faltou sensibilidade e respeito, e eu saí da sala em lágrimas”, relatou a irmã.
Tentativas de contato com a administração do cinema através de e-mails e mensagens não receberam resposta, segundo a irmã. Após descrever a experiência nas redes sociais, amigos dela começaram a comentar no perfil do cinema pedindo mais empatia em relação aos autistas. De acordo com a jovem, esses comentários foram excluídos pela equipe responsável pela página.
“O mais doloroso é perceber que a dor de uma família pode ser apagada assim. Inclusão é um direito garantido por lei”, completou a irmã ao descrever sua experiência.
Posição do Cinema
Procurado para comentar sobre o ocorrido, o Maxi Movie emitiu uma nota de retratação em sua página oficial. No documento, o cinema declarou que busca sempre acolher com carinho tanto os clientes quanto os familiares de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Informou também que o incidente relatado possivelmente decorreu de um mal-entendido, sem intenção de ofender.
Conforme a nota, o filme já estava em andamento, o que teria dificultado uma abordagem mais apropriada no momento. A empresa frisou que o gerente não teve a intenção de desrespeitar os irmãos e ofereceu ao jovem e sua irmã ingressos cortesia para uma nova sessão.
O caso deverá ser levado aos órgãos competentes para a fiscalização dos direitos das pessoas com deficiência. A família considera a possibilidade de uma ação judicial para tratar o assunto.