Terceiro caso de ave migratória contaminada com Influenza Aviária é confirmado pelo Governo do Estado
Especialistas descartam preocupações
O Governo do Estado confirmou, no sábado (27), o terceiro caso de uma ave migratória contaminada com o vírus da Influenza Aviária, popularmente conhecida como gripe aviária. A ave infectada, um trinta-réis-de-bando, foi encontrada na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio de Janeiro.
O animal foi recolhido por um profissional capacitado no dia 23 e o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) realizou a análise do material coletado, confirmando a contaminação.
As secretarias estadual e municipal de Saúde do Rio de Janeiro, por meio do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), estão monitorando três pessoas que estiveram envolvidas no recolhimento da ave. Até o momento, nenhum dos indivíduos apresenta sintomas gripais e, portanto, não houve coleta de amostras para exames.
Outras duas aves migratórias da mesma espécie foram encontradas com o vírus H5N1 este mês, uma em São João da Barra, no Norte Fluminense, e outra em Cabo Frio, na região dos Lagos.
Medidas de prevenção e monitoramento
As autoridades estaduais estão intensificando as ações de monitoramento e prevenção para impedir a disseminação do vírus no estado. A Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento (SEAPPA) divulgou o Plano de Contingência, que estabelece medidas de controle para identificar precocemente e conter a disseminação da Influenza Aviária em aves domésticas, silvestres e exóticas. O plano também define o fluxo de informação entre os órgãos envolvidos, uma vez que se trata de uma zoonose com potencial pandêmico.
As secretarias de Saúde e Agricultura criaram um fluxo de comunicação para relatar qualquer mortalidade de aves suspeitas, além de pessoas com suspeita de síndrome gripal que tiveram contato com aves suspeitas.
Os técnicos da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e da SEAPPA enfatizam que não há motivos para preocupação da população em relação a uma epidemia de H5N1, visto que não ocorre transmissão direta do vírus de pessoa para pessoa. É importante lembrar que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves ou ovos e as infecções em seres humanos ocorrem apenas pelo contato direto com aves infectadas, vivas ou mortas.
Ações preventivas e recomendações
O Ministério da Agricultura decretou emergência zoosanitária em todo o território nacional na segunda-feira (22), com o objetivo de evitar que a doença afete a produção de aves para subsistência e comercialização, além de preservar a fauna silvestre e a saúde humana.
A SES-RJ orienta os profissionais de saúde a estarem atentos durante a triagem e o atendimento médico a casos de síndrome gripal em pacientes que tiveram contato com animais silvestres. Em caso de suspeita, a coleta de amostras é recomendada, independentemente do tempo de início dos sintomas, inclusive para pacientes em unidades de terapia intensiva (UTI). O diagnóstico por RT-PCR é considerado o método mais eficaz.
A população deve evitar o contato direto com aves caídas, mortas ou vivas, sejam elas domésticas, silvestres, exóticas ou migratórias, assim como com mamíferos aquáticos. Qualquer suspeita de animal contaminado deve ser imediatamente comunicada ao Núcleo de Defesa Agropecuária regional ou à Coordenação de Vigilância Ambiental do município.
Os criadores de aves de corte ou postura, avicultura de pequena escala e subsistência devem reforçar as medidas de biossegurança nas granjas, como proibir visitas, garantir cercamento adequado e desinfetar veículos e materiais que entram nas propriedades.
Em resumo, as autoridades estão tomando todas as medidas necessárias para evitar a disseminação do vírus e garantir a segurança da população, porém enfatizam que não há motivos para pânico.