Mirelis Diaz Zerpa, Associada ao Faraó dos Bitcoins, é Detida em Ação da Polícia Federal
Mirelis Diaz Zerpa, de 41 anos, cidadã venezuelana e esposa de Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o Faraó dos Bitcoins, foi presa neste sábado (21) pela Polícia Federal após ser deportada dos Estados Unidos. Ela enfrenta acusações de envolvimento em um amplo esquema de lavagem de dinheiro.
De acordo com as investigações, Mirelis e o marido, juntamente com outros cúmplices, teriam movimentado cerca de R$ 38 bilhões entre 2015 e 2021 através de um esquema de pirâmide financeira.
Esquema de Pirâmide e Lavagem de Dinheiro
A prisão de Mirelis está relacionada à Operação Kryptos, que tem como objetivo combater crimes financeiros ligados ao mercado de criptomoedas. Durante as investigações, foi descoberto que Mirelis era proprietária da GAS Consultoria Bitcoin, empresa sediada em Cabo Frio.
Desde 2015, a GAS Consultoria firmou contratos com diversas partes interessadas, prometendo rendimentos fixos mensais através de investimentos em bitcoins. Esses contratos, no entanto, não possuíam autorização ou registro junto à Comissão de Valores Mobiliários, o que configura uma operação ilegal.
Envolvimento da Interpol e Prisão nos EUA
Mirelis Diaz Zerpa foi incluída na lista de Difusão Vermelha da Interpol, sendo procurada internacionalmente. Em janeiro de 2024, ela foi detida nos Estados Unidos devido a irregularidades migratórias. Após ser deportada, um mandado de prisão preventiva, expedido pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, foi cumprido.
A operação para sua captura contou com o apoio do Núcleo de Cooperação Internacional da PF no Rio de Janeiro e da Diretoria de Cooperação Internacional da Interpol em Brasília. Mirelis enfrenta acusações de operação financeira sem autorização, gestão fraudulenta, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Glaidson Acácio dos Santos: O Faraó dos Bitcoins
Glaidson dos Santos, marido de Mirelis, está detido desde agosto de 2021. Na ocasião de sua prisão, realizada em uma mansão no Rio de Janeiro, a Polícia Federal apreendeu mais de R$ 13,8 milhões em dinheiro e barras de ouro.
Atualmente, Glaidson cumpre pena no Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná. Inicialmente, estava detido em Bangu 1, no Complexo de Gericinó, Zona Oeste do Rio, mas foi transferido após investigações revelarem que ele comandava um grupo de pistoleiros responsável por eliminar concorrentes.
Acusações de Tentativa de Homicídio
Além dos crimes financeiros, Glaidson é acusado de ter ordenado a morte de Nilson Alves da Silva em 2021. A vítima, que sobreviveu, havia recomendado que clientes da GAS retirassem seus investimentos devido à iminente prisão de Glaidson. Essa situação aumenta o escopo das acusações contra ele, confirmando seu envolvimento em atividades criminosas além das fraudes financeiras.
A prisão de Mirelis Diaz Zerpa e a continuidade das ações legais contra Glaidson Acácio dos Santos evidenciam o comprometimento das autoridades brasileiras em combater crimes financeiros complexos e transnacionais, especialmente aqueles relacionados ao promissor, mas às vezes criticado, mercado de criptomoedas.
Fonte da Notícia: Guia Região dos Lagos
