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Búzios: Homem que assassinou trapezista argentina em trilha pega 33 anos de prisão

Homem que matou trapezista argentina em trilha de Búzios é condenado a 33 anos de prisão — RC24H

Tribunal do Júri de Armação dos Búzios aplica pena de 33 anos a réu por feminicídio

O Tribunal do Júri da Comarca de decidiu, na madrugada da última quinta-feira (10), condenar Carlos José de França a 33 anos de prisão por ser o responsável pelo assassinato da artista circense argentina Florencia Aranguren, de 27 anos. A votação foi unânime entre os jurados, que atenderam a todas as solicitações apresentadas pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), especificamente pelo Grupo de Atuação Especializada em Tribunal do Júri (GAEJURI/MPRJ). A natureza do crime foi classificada como um feminicídio qualificado, caracterizado pela extrema crueldade e pela impossibilidade de defesa da vítima.

Além da pena de reclusão, o condenado deve pagar R$ 50 mil a título de danos morais aos familiares de Florencia, que viajaram de Buenos Aires ao Brasil para acompanhar o julgamento. A sentença também garante o direito à reparação das vítimas indiretas, conforme estipulado na Resolução nº 243 do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Apoio aos familiares e atuação do Ministério Público

Antes do início da sessão do júri, os familiares de Florencia foram recebidos na sede do Ministério Público em Búzios, onde puderam obter informações sobre como funciona o Tribunal do Júri no Brasil e quais direitos são garantidos aos parentes de vítimas de crimes violentos. A promotora Simone Sibilio, que coordena o GAEJURI/MPRJ, ressaltou a relevância do acolhimento e da transparência durante todo o processo.

“Considerando que os familiares das vítimas residem em outro país, foi fundamental assegurar o cumprimento integral da resolução do CNMP, garantindo-lhes direitos relacionados à informação, proteção, participação e reparação. A pena atribuída representa uma resposta penal adequada ao réu e à comunidade de Búzios, que sofreu com os efeitos desse crime chocante”, afirmou.

Aspectos técnicos e testemunhos apresentados no tribunal

No decorrer do julgamento, o MPRJ apresentou um conjunto de provas técnicas e periciais que corroboraram a denúncia. Os laudos criminais atestaram a presença de material genético de Carlos sob as unhas de Florencia, evidenciando que a vítima tentou se defender no momento do ataque. Foi também constatada a presença de vestígios de sangue nas roupas do réu, além de arranhões treinados para serem compatíveis com unhas humanas, o que fortaleceu a ligação dele ao crime.

Dentre as testemunhas ouvidas durante o júri, estavam pessoas próximas à vítima, policiais responsáveis pela investigação e o dono do condomínio onde Carlos estava hospedado. Este último relatou que presenciou Carlos lavando uma camisa ensanguentada e fazendo declarações desconexas, como “não vou fazer isso de novo”, enquanto apresentava sinais de instabilidade emocional.

Contexto do caso

Florencia Aranguren chegou a Búzios no início de dezembro de 2023, com a intenção de passar a temporada de verão na cidade enquanto aguardava a emissão de seu passaporte italiano, que lhe permitiria emigrar para a Europa. No dia 6 de dezembro, dois dias após sua chegada, saiu para passear com seu cachorro, Tronco, em uma trilha que leva à praia de José Gonçalves, localizada na zona sul do município.

Câmeras de segurança registraram a artista caminhando pela calçada por volta das 7h da manhã, portando uma mochila nas costas e segurando a coleira do cão. As imagens mostram a jovem seguindo tranquilamente, até sofrer uma interrupção ao virar uma esquina que leva à trilha.

Horas depois, o corpo de Florencia foi encontrado por guardas municipais que estavam patrulhando a área. A perícia confirmou que a artista fora assassinada com 18 facadas, o que classificou o ato como um feminicídio de grande crueldade.

Antecedentes criminais do réu

Carlos José de França, originário de Quipapá (PE), já possuía um histórico criminal anterior, tendo sido condenado a 15 anos de prisão por crimes de estupro e roubo cometidos contra uma adolescente no estado de Pernambuco. Esse histórico, aliado à brutalidade do assassinato, foi considerado pelo júri ao definir a pena, a qual foi considerada exemplar pelo Ministério Público.

*Imagens: Notícias.

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Foto de Editorial GRDL

Editorial GRDL

Editorial do Guia Região dos Lagos

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