Avaliação Firjan 2023: Armação de Búzios Lidera Desenvolvimento na Região dos Lagos
A cidade de Armação de Búzios alcançou a liderança no ranking das dez cidades da Região dos Lagos e Baixada Litorânea, de acordo com o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM). Este feito também se refletiu no ranking estadual, com Búzios ascendendo da 24ª para a 12ª posição entre as cidades do estado do Rio de Janeiro. O estudo, conduzido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), destaca que, apesar das melhorias nos indicadores de Educação, Saúde e Emprego & Renda, a cidade ainda apresenta um desenvolvimento considerado moderado, assim como a maioria dos municípios da região. A única exceção é São Pedro da Aldeia, classificada com baixo desenvolvimento. A análise utiliza dados oficiais do ano de 2023 e os compara com os de 2013, abrangendo 5.550 municípios brasileiros, que representam 99,96% da população do país.
O presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, pontua a desigualdade persistente no Brasil, apesar das melhorias observadas no IFDM nos últimos anos. Segundo ele, o índice evidencia as condições críticas de várias cidades, onde a infraestrutura de saúde e a diversidade econômica são limitadas, com uma excessiva dependência de empregos na administração pública.
Metodologia e Resultados do IFDM
O IFDM, que passou por uma atualização metodológica em 2023, avalia as cidades sobre três indicadores: Emprego & Renda, Saúde e Educação. O índice varia de 0 a 1, sendo que valores mais próximos de 1 indicam um maior desenvolvimento socioeconômico. As classificações são divididas em quatro categorias: desenvolvimento crítico (0 a 0,4), baixo (0,4 a 0,6), moderado (0,6 a 0,8) e alto (0,8 a 1).
A Região dos Lagos e Baixada Litorânea registrou o terceiro melhor IFDM do estado do Rio de Janeiro, com uma média de 0,6434, superando em 3,4% a média estadual de 0,6224. Entretanto, em termos de Educação, a região ficou ligeiramente abaixo da média estadual.
Análise Detalhada dos Municípios
Búzios destacou-se com melhorias substanciais desde 2013, alcançando 0,5449 no IFDM Educação, um aumento de 71,7%, 0,6908 em Saúde (+2,3%) e 0,8947 em Emprego & Renda (+10,6%), terceira melhor pontuação do estado nessa vertente. Rio das Ostras também se destacou, conseguindo uma pontuação de 0,8139 no mesmo indicador. Por outro lado, São Pedro da Aldeia é apontada como a cidade com menor desenvolvimento na região, com um IFDM Geral de 0,5792.
Os Desafios de Desenvolvimento no Brasil
A análise identificou que 47,3% das cidades brasileiras ainda estão classificadas como de baixo ou crítico desenvolvimento socioeconômico, afetando 57 milhões de brasileiros. Apenas 4,6% dos municípios apresentam alto desenvolvimento.
Desde 2013, 99% dos municípios avaliados registraram avanços no IFDM. Em média, o índice nacional de desenvolvimento socioeconômico é classificado como moderado, com pontuação de 0,6067. O crescimento foi mais pronunciado no IFDM Educação, que subiu 52,1%. A Saúde avançou 29,8%, enquanto Emprego & Renda teve um aumento de 12,1%.
Educação e Saúde: Destaques e Deficiências
A Educação, analisada pelo IFDM, mostra que 56,1% dos municípios têm desenvolvimento moderado, mas 32,5% ainda estão em baixo desenvolvimento. Os dados destacam a inadequada formação dos professores como um dos problemas estruturais.
Na Saúde, o índice revelou que a maioria dos municípios está em nível moderado. Em cidades críticas, a média é de um médico para cada dois mil habitantes, contrastando com sete em cidades de alto desenvolvimento. Problemas relacionados à gravidez na adolescência e internações por condições básicas de saúde também foram destacados.
Economia e Trabalho
O IFDM Emprego & Renda evidenciou desafios econômicos com 25,2% das cidades em desenvolvimento crítico. A análise ressaltou a alta dependência de empregos públicos, com 67,9% das vagas nesses municípios concentradas no setor público, em comparação com 10,6% nas cidades com alta performance.
O gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Jonathas Goulart, enfatiza a importância do estudo para formular políticas públicas que promovam um desenvolvimento mais equitativo e eficaz em todas as regiões do país.
